Como o mercado influencia a gestão de logística das empresas?

| 30/10/2017 - 01:10
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No dia a dia você tem muitas atividades e provavelmente deixa de lado os assuntos estratégicos. No entanto, todo gerente precisa pensar sobre a influência do mercado na gestão de logística das empresas.

A conjuntura econômica brasileira — e até internacional, no caso de negócios que atuam com importações e exportações — impacta os processos realizados em cada organização, seja em momentos críticos, seja em períodos de prosperidade e sucesso financeiro.

É importante que você saiba analisar essa relação e compreenda como a economia e a logística estão interligadas. Esse é o assunto que apresentaremos neste artigo.

Que tal saber mais? Acompanhe!

A infraestrutura logística brasileira

Os profissionais que trabalham nessa área sabem que há grandes problemas a enfrentar. O principal modal utilizado no Brasil é o rodoviário, chegando a aproximadamente 60%, de acordo com dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Essa alternativa é uma das que possui preço unitário mais alto e, por isso, impacta fortemente os custos logísticos, chegando a 11,7% da receita por empresa, segundo pesquisa da Fundação Dom Cabral, divulgada pela CNT.

O mesmo levantamento evidenciou que o valor do diesel e a má qualidade da infraestrutura são os dois pontos que mais encarecem esse tipo de transporte. No entanto, esse não é o único desafio enfrentado pelo setor. Confira outros:

Diversificação baixa

O fato de a distribuição de matriz de transportes ser focada na modalidade rodoviária ocasiona alta demanda para as transportadoras e cria grande dependência das rodovias.

Em países como China, Estados Unidos e Rússia, que têm dimensões similares as do Brasil, diversificam mais, apostam principalmente no modal ferroviário e investem mais na infraestrutura logística.

Encarecimento dos produtos

As dificuldades de escoamento no país implicam custos mais altos de produção. Essa prerrogativa é mais válida para locais que estão afastados dos grandes centros econômicos e que têm alta produtividade, como é o caso dos estados do Centro-Oeste.

Nesse caso, a regra é ter frete e taxas elevados, o que ocasiona o encarecimento do produto para o consumidor final. Outro problema gerado é a baixa competitividade das mercadorias brasileiras em âmbito internacional.

Investimentos baixos

O Anuário Estatístico de Transportes, da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) e do Ministério dos Transportes, indicou que o investimento público federal nos transportes diminuiu 6,1% em 6 anos. Os dados foram divulgados pela Agência Brasil.

Uma matéria do Correio Braziliense de agosto de 2017 também confirma a situação e assinala que o setor precisa de um aporte de R$ 1 trilhão para aumentar a competitividade. Porém, o volume empregado é menor. Em 2016, foi de apenas R$ 15,2 bilhões.

Essa situação faz com que o Brasil perca para concorrentes diretos, como China, Índia e Rússia, tanto em extensão, quanto em qualidade.

Lentidão nas obras

A existência de projetos para aprimorar o setor logístico é insuficiente para agilizar as obras, porque há muitos trâmites para expandir, prolongar, integrar e complementar os modais. Alguns obstáculos são: falta de recursos ou de licenciamento ambiental. As consequências são atrasos nas obras e aumento do valor previsto inicialmente.

Burocracia exagerada

O Brasil também precisa conseguir liberar mais rapidamente os produtos, porque esse processo é bem demorado para os itens que têm alto valor agregado. Essa questão é mais visível no transporte aeroviário, quando uma entrega pode demorar 175 horas, de acordo com um estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), divulgado pelo G1. Na China, o tempo reduz para 4 horas.

A logística estratégica

O cenário apresentado exige que as empresas atuem visando a redução de custos, otimização de processos, elaboração de soluções diferenciadas e criação da vantagem competitiva. Essa é a logística estratégica, que planeja atividades que agregam valor e foca as necessidades dos clientes.

Os aspectos que devem ser observados nesse processo são:

Diminuição dos custos

O objetivo é tornar os processos mais eficientes por meio de algumas atitudes simples, como a eliminação de desperdícios e de etapas desnecessárias ou melhorias nos procedimentos executados para aumento da produtividade. O cuidado que se deve ter é manter a qualidade do produto ou serviço.

Investimento em tecnologia

A utilização de softwares de automatização e gestão de processos melhora a produtividade, reduz a possibilidade de erros e retrabalho, e aumenta a centralização e confiabilidade das informações.

A geração de relatórios também facilita a análise da produção e permite acompanhar indicadores que ajudam a identificar falhas e criar ações de correção.

Criação de valor e logística enxuta

A finalidade é tornar os processos mais eficientes e eliminar os desperdícios que existem. Isso é feito por meio de algumas ações, como o mapeamento de atividades e identificação de melhorias. Com isso, pode-se alcançar um diferencial.

Aprimoramentos contínuos

As melhorias constantes são obtidas quando os processos são frequentemente analisados. Essa ideia pode ser colocada em prática adotando diferentes estratégias, como o ciclo PDCA, que avalia as atividades e cria planos de ação para aperfeiçoar os métodos de trabalho.

Logística integrada

Esse conceito consiste na integração de áreas, processos e parceiros de negócios para ter uma comunicação fluida e acompanhar de maneira mais próxima o desenvolvimento das atividades. Isso leva a um melhor planejamento, mais eficiência e obtenção de melhores resultados.

A influência do mercado na gestão de logística das empresas

As questões de infraestrutura, a necessidade de mão de obra especializada e até mesmo o aumento do desemprego exigem que as empresas foquem a melhoria dos processos logísticos para terem mais eficiência e conquistarem visibilidade no mercado.

A relação é simples: a falta de infraestrutura eleva os custos logísticos como já vimos. A contratação de mão de obra especializada muitas vezes se torna difícil, porque o modal rodoviário oferece alta demanda para as transportadoras.

Em outras palavras, é complicado encontrar, por exemplo, motoristas que executem bons serviços, situação que pode ser solucionada com sistemas que fazem a intermediação entre empresas e transportadoras/caminhoneiros autônomos.

Já o aumento do desemprego faz com que as pessoas comprem menos, o que significa que as organizações logísticas precisam ser ainda mais eficientes em seus processos para terem lucro.

As dicas repassadas ao longo deste post são bastante positivas, mas podem ser complementadas com outras ideias. Por exemplo: a intermodalidade surgiu recentemente como uma chance de inovação e oportunidade para a manutenção da vantagem competitiva e fidelização dos clientes.

Essa ideia, porém, ainda precisa de mais aportes do governo, já que é necessário contar com outros aspectos e ultrapassar os desafios já citados. Por ora, o mais relevante é compreender que o caminho é apostar na agilidade e eficiência.

E agora, entendeu melhor como todos esses pontos estão relacionados à gestão de logística das empresas? Se você deseja ler mais conteúdos interessantes para o seu negócio, siga a gente no Facebook, LinkedIn, YouTube e Twitter.

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Redação Cargo X
30/10/2017 - 01:10

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