Um panorama sobre o ano de 2017 na logística brasileira

| 29/12/2017 - 09:12
Compartilhe:

O ano de 2017 está chegando ao final. Estamos nos primeiros anos do século XXI e muitas perspectivas se abrem para as pessoas em diferentes segmentos. A tecnologia avança a passos rápidos, trazendo novos hábitos sociais e inovações para o estilo de vida das pessoas e para o mercado.

Em relação à logística, existem boas promessas para o futuro. No entanto, também é interessante fazer uma retrospectiva e avaliar o que aconteceu durante este ano no setor.

Leia o post e confira um panorama da logística brasileira de 2017!

Os módicos investimentos no setor

Embora seja fundamental para a economia nacional, a logística no Brasil ainda não ocupa a posição de destaque que merece. Os dados comprovam que os investimentos no setor vêm caindo gradativamente e, em 2017, alcançaram o mesmo patamar de 2008.

O atraso no setor é tão grande que alguns dados mostraram que é preciso o aporte de quase R$ 1 trilhão em mais de 2 mil projetos para que a logística se torne efetivamente um setor competitivo.

Desde o ano de 2012, o orçamento vem sendo reduzido drasticamente. Em 2012, o governo autorizou a liberação de R$ 28 bilhões, mas pagou menos da metade do que foi prometido para o setor logístico — ou seja, R$ 13,6 bilhões. No ano de 2016, o valor liberado foi reduzido para R$ 15,2 bilhões.

A grande burocracia

Um grande problema para a logística brasileira em 2017 foi a burocracia. Existem muitos entraves que atrapalham a captação de capital privado para o setor logístico. Essa burocracia torna mais complicados os gargalos de infraestrutura logística.

As licitações de concessões envolvem processos demorados e complexos. Para que os projetos sejam viabilizados, cada setor depende de projetos de lei, que podem demorar dez anos tramitando entre plenários e comissões.

Para a viabilização também se torna importante a própria vontade política de agilizar os projetos. No Poder Executivo, é preciso que o setor logístico tenha apoio do governo ou de deputados para a redação de uma emenda, que pode ser vetada em uma medida provisória.

A infraestrutura inadequada de transportes

A infraestrutura de transportes é outro ponto que merece ser considerado na retrospectiva da logística brasileira em 2017. Trata-se de um ponto muito importante — afinal, sem uma infraestrutura adequada, a logística fica bastante prejudicada.

Os problemas políticos, aliados aos problemas da economia, diminuíram os investimentos em infraestrutura de transporte no ano de 2017.

Ainda assim, houve boas perspectivas nesse sentido, como a retomada do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que havia sido abandonado devido ao não repasse das verbas públicas. No site do PAC, do governo federal, pode-se verificar os empreendimentos que estão sendo realizados nas rodovias (353, no total).

Este ano também foi criado o PPI (Programa de Parcerias para Investimentos), desenvolvido para melhorar o relacionamento entre o poder estatal e a iniciativa privada. A intenção é tornar mais eficiente o padrão de concessões e trazer novos investimentos para os futuros projetos de infraestrutura — o que inclui a área dos transportes.

A força da logística reversa

A adoção da logística reversa tomou impulso em 2017. As ideias sustentáveis tendem a dominar o mercado e a adoção de suas práticas contribui para aumentar o potencial competitivo de uma organização.

O cliente esclarecido prefere comprar em lojas que atuem dentro dos princípios da sustentabilidade que gastar em empresas pouco ou nada sustentáveis. Além disso, a logística reversa é uma forma de deixar o cliente mais confiante acerca da política de troca e devolução da empresa.

Assim, caso compre algum produto com defeito, ele terá certeza de que não terá prejuízos, pois a loja substituirá a mercadoria defeituosa ou mandará de volta o dinheiro que foi pago. A logística reversa ajuda principalmente a estimular o desenvolvimento das lojas online.

A redução de estoque

Mais uma vez, motivada principalmente pelo e-commerce, a logística brasileira em 2017 destacou-se pela redução de estoque. Muitas lojas online e empreendedores físicos mantêm estoques pequenos ou atendem sob demanda, adquirindo o produto somente quanto o cliente faz o seu pedido.

Contudo, muitas empresas físicas também reduziram estoques, considerando a necessidade de liberar espaço nos armazéns e reduzir gastos extras com perdas e capital de giro imobilizado. Princípios da Produção Enxuta, como o Just In Time, influenciaram bastante na iniciativa dos empreendedores em reduzir estoques.

O cross-docking, por exemplo, é uma estratégia que dispensa o armazenamento por um período longo, já que as mercadorias são separadas e despachadas assim que chegam ao depósito. Algumas lojas físicas deixaram de manter estoque. A solicitação é feita online e o cliente recebe a mercadoria em sua casa.

A potencialização da terceirização

Outra tendência na logística brasileira em 2017 foi a terceirização. Processos logísticos como armazenagem e transporte envolvem muita responsabilidade e custos — por isso, muitos empreendedores preferem adotar a terceirização dessas etapas como solução alternativa.

Questões — como frete muito alto — podem ser minimizadas quando as empresas contratam transportadoras, ou seja, empresas especializadas em transporte de carga, que oferecem opções diferentes de entrega, atendendo necessidades de diferentes negócios.

A terceirização do transporte favorece a empresa na medida em que promove entregas dentro do prazo e diminui custos gerais com frotas (aquisição e manutenção de veículos, mão de obra, combustível). Além disso, otimiza o tempo do próprio gestor da empresa contratante.

A forte adoção da tecnologia

Essa tendência promete manter-se por muito tempo, considerando sua evolução e os fantásticos benefícios que oferece. Na logística, a tecnologia se revela incrivelmente eficaz a partir do uso de sistemas de gestão específicos (ERP, TMS, WMS e aplicativos mobile, por exemplo).

Há larga expansão de sistemas de rastreamento, de monitoramento e do uso de robôs. A tecnologia ajuda a agilizar as atividades, a reduzir o tempo e os erros e a modernizar a empresa. Tudo isso confere a ela maior competitividade — inclusive, atraindo a atenção dos consumidores e garantindo a satisfação da maioria dos clientes.

A logística brasileira em 2017 e o ano de 2018

Muitas características da logística brasileira em 2017 tendem a ser manter durante o ano de 2018, como o uso de tecnologia — o futuro oferece o armazenamento digital, o uso de drones, a impressão 3D —, a terceirização e a aplicação de métodos e ideias próprios da logística enxuta.

A legislação, no entanto, precisa ser renovada, considerando que existem regulamentos que datam da década de 70 (como o monopólio marítimo entre Brasil e Chile, datado de 1974). A Lei dos Portos (2013) está contribuindo para o aprimoramento do setor logístico, mas sua redação ainda não foi concluída.

É preciso trabalhar no sentido de reduzir custos e vencer as dificuldades de infraestrutura. O setor do agronegócio, por exemplo, vem apresentando custos logísticos elevados — decorrentes, sobretudo, da precariedade na infraestrutura.

A influência do governo é fundamental nesse ponto e o gestor deve preparar-se para continuar lidando com problemas de ordem burocrática, econômica e política.

Qual é a sua opinião sobre a logística brasileira em 2017? Já conhece a Cargo X e seus produtos? Aproveite para segui-la no Facebook, no LinkedIne no Youtube!

FAÇA UMA COTAÇÃO COM A CARGOX

Tags:
Redação Cargo X
29/12/2017 - 09:12

Assine nossa newsletter!

Não perca as últimas notícias do setor rodoviário, diretamente na sua caixa de e-mail.


    Artigos Relacionados

    Caminhão na estrada ilustra o transporte rodoviário no Brasil.
    Transporte rodoviário: por que ele movimenta o Brasil
    17/11/2021 - 08:11

    O transporte rodoviário tem grande relevância em nossa economia. Afinal, a maior parte de toda produção nacional é distribuída por ele. Nas rodovias e estradas...

    As expectativas para a safra de grãos 2020/2021 no Brasil
    09/09/2020 - 08:09

    A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revelou as projeções para a safra de grãos 2020/2021 no Brasil. Essa é uma referência importante para entender o reflexo da pandemia sobre o agronegóci...

    Novidade: Cargo X oferecerá capital de giro a partir de R$ 100 milhões para transportadoras do agronegócio
    01/07/2019 - 10:07

    Ainda em 2019, a Cargo X irá oferecer capital de giro de R$ 100 milhões para transportadoras e, até o final de 2020, a expecta...