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Transporte sustentável é uma questão de sobrevivência

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* Por Alan Rubio 

O modal rodoviário é a base do transporte de cargas do Brasil, sua representatividade supera os 60% e o valores transacionados alcançam a casa dos R$80 bilhões, entretanto recentes evoluções ocorridas na sociedade apresentaram a esse setor que aquilo feito até agora precisa seguir novos rumos, indicando que uma atuação mais sustentável precisa ser adotada, fazendo com que a categoria não seja vista de forma negativa.

Segundo dados da ONU - Organização das Nações Unidas - um maior investimento em transportes verdes, eficientes e sustentáveis pode ajudar a alcançar metas globais de sustentabilidade e proporcionar uma economia de US$70 trilhões até 2050. Levando como base essa informação, devemos observar esse movimento sob duas ópticas: as questões ambientais, onde deve-se pensar no impacto da malha rodoviária sobre o planeta, e o econômico, que faz com que o mercado se mantenha de forma estruturada. Elas se cruzam em diversos momentos, por isso, devem ser vistas como divisores para a sobrevivência, ou não, do setor.

Primeiro devemos analisar como o impacto ambiental pode ser amenizado, já que segundo a CNT (Confederação Nacional do Transporte), atualmente, o modal rodoviário brasileiro responde por 42% de CO² lançado na atmosfera e a perspectiva é que exista um aumento acima dos 4% até 2020. Para que esse movimento seja revertido algumas tecnologias e soluções - que já começaram a ser apresentadas - precisam ganhar ainda mais força, como o caminhão elétrico e a otimização da capacidade dos veículos.

Os veículos elétricos, por exemplo, já fazem parte da rotina de diversas cidades, as maiores metrópoles do mundo já possuem esse modelo de carro em sua frota e essa possibilidade já começa a ser pensada para caminhões. Na questão econômica observa-se que o custo dos combustíveis atuais podem chegar a 40% do valor total dos fretes, uma fatia representativa, quando analisamos como isso impacta diretamente no valor final do produto. Na questão ambiental, representa a não emissão de milhares de m³ de poluentes na atmosfera, com a troca para uma nova possibilidade, a cadeia logística seria menos agressiva.

A definição sobre a capacidade dos veículos é bastante simples e pode ser resumida com a seguinte frase: caminhão que roda vazio é ruim para o bolso e para o meio ambiente. Por isso, a busca por completar um caminhão deve ser sempre o foco e a tecnologia tem ajudado com que isso ocorra. Já existem opções que localizam caminhoneiros e suas disponibilidades. Essas possibilidades auxiliam no combate a ociosidade, o que permite ao mercado ser mais sustentável.

No Brasil, a malha rodoviária roda 40% do tempo sem cargas, a quilometragem rodada dessa forma, em um ano, seria suficiente para dar a volta ao mundo 300 mil vezes. Ao utilizar a capacidade excedente disponível nos caminhões, evitando, assim, que eles rodem vazios, é possível reduzir as emissões de CO2 em até 15,6 milhões de toneladas por ano.

A tecnologia é outro ponto importante que deve ser contemplado nessa análise, sua presença pode ser identificada em questões simples, como na economia de combustível ou melhor performace do motor, até para a criação de situações inovadoras, como o caminhão autônomo, que vai permitir um novo modelo de transporte de cargas e vai de encontro com o movimento de transporte sustentável, já que economicamente o veículo terá um custo menor e ecologicamente será menos agressivo.

Por fim, não podemos deixar de falar das questões de segurança e qualidade das estradas. O primeiro se relaciona diretamente com economia, já que quando ocorre o extravio de um carga, diversas camadas são prejudicadas, desde o lojista que não recebe a mercadoria, até o produtor que precisará arcar com essa reposição. Já as rotas prejudicam não só a condição do caminhão, mas também dos produtos, principalmente os perecíveis, e quanto mais tempo o caminhão fica rodando mais poluentes ele emite e mais gastos possui.  

Devemos seguir para um novo modelo de transporte, em sintonia com as questões ambientais e seguindo uma linha economicamente positiva. Desta forma, aquilo que está em volta do ecossistema logístico se mantém vivo junto com todo mercado.

Alan Ballet Rubio é um profissional com 26 anos de experiência na área de logística e transporte. Formado em Administração de Empresas pela Anhanguera, com diversas especializações em logística reconhecidas pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), atualmente é diretor de logística da CargoX, (https://cargox2.wpengine.com) - primeira transportadora do Brasil impulsionada por tecnologia e inovação, que opera conectada a uma rede de mais de 100 mil caminhoneiros autônomos.

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