Saiba o que fazer para aliar a logística à sustentabilidade

| 30/03/2017 - 05:03
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Atualmente, um dos conceitos mais abordados e discutidos na sociedade e dentro de muitas organizações é o de sustentabilidade. Fala-se bastante em economia sustentável — que é, no final das contas, o caminho inverso que a economia traçou durante séculos. Ou seja, não é preciso destruir para construir — o objetivo é preservar para crescer.

Quando se fala em processos logísticos, parece que é muito mais difícil aplicar os princípios ecologicamente corretos. Mas isso é um engano. É possível aliar logística e sustentabilidade.

Você não sabe como isso seria viável? Leia o nosso post de hoje e entenda mais sobre o assunto.

Logística e sustentabilidade não se opõem

A logística não precisa ser destrutiva, ela pode contribuir para preservar e até melhorar o meio ambiente. Essa é a tendência das empresas modernas, principalmente das grandes corporações. O Walmart, a maior empresa de varejo do mundo, é um exemplo. Porém, existem muitas outras, como a Ambev, IBM e PepsiCo.

Apesar de a logística ser um processo que, até agora, tem se mostrado oneroso ao meio ambiente, essa realidade pode e já vem sendo mudada com o uso de estratégias e de recursos eficientes.

Embora a logística seja uma área que demanda muitos recursos, ela também é uma das áreas que mais possibilitam a eficiência operacional.

Assim, logística e sustentabilidade podem interagir em harmonia, validamente sincronizadas. Basta fazer o planejamento adequado.

Os problemas no transporte de mercadorias

Um dos principais confrontos entre logística e sustentabilidade acontece nas operações de transporte. Elas estão entre as atividades que mais impactam de forma negativa no meio ambiente.

A emissão de gases poluentes, feita pelos veículos, é um dos principais transtornos nas grandes cidades. Mas é possível reduzir esse impacto por meio de rotas bem delineadas, favorecendo mais entregas em períodos mais curtos.

Os resultados em elaborar rotas mais adequadas são: menos emissão de gás carbônico, menos depreciação dos veículos e menos consumo de combustível.

O desenvolvimento da Logística Sustentável

A Logística Sustentável, também denominada de Logística Verde, pode ser desenvolvida basicamente de duas maneiras.

A primeira considera a responsabilidade “do berço à cova”, ou seja, a empresa que produz também deve se responsabilizar pela destinação final dos produtos que foram criados. Assim, é possível minimizar os impactos ambientais provocados por eles, procedendo à incineração ou colocando-os em aterros sanitários.

A segunda maneira considera a responsabilidade “berço ao berço”, ou seja, a sociedade pode continuar consumindo. Mas, em vez de prejudicar o meio ambiente, é fundamental alimentar o ciclo biológico do planeta (lixo é igual a comida) e o ciclo tecnológico das indústrias.

Seguindo essa lógica, aquilo que não puder ser usado como nutriente para o meio ambiente deve ser quebrado em materiais que as indústrias podem aproveitar como matérias-primas de boa qualidade.

A cadeia de Logística Integrada

Para compreender melhor como logística e sustentabilidade interagem, veja como a integração de todas as etapas da logística (Logística Integrada) contribui para o desenvolvimento da Logística Sustentável.

A cadeia da Logística Integrada é assim constituída:

  1. Logística de Suprimentos: relaciona-se às relações fornecedor-empresa.
  2. Logística de Produção: relaciona-se aos processos de transformação dos materiais em produtos acabados.
  3. Logística de Distribuição: relaciona-se às relações empresa-consumidor.
  4. Logística Reversa: relaciona-se às operações de devolução dos bens de consumo e pós-venda ao processo produtivo ou de negócio.

Cada uma dessas divisões aborda a temática “ambiente” de uma forma diferente.

Na Logística de Suprimentos ou de Entrada estão inseridas a seleção de fornecedores e as compras sustentáveis, que consideram critérios como:

  • utilização de produtos e embalagens ambientalmente corretos (análise do ciclo de vida para avaliar os impactos provocados eles no meio ambiente);
  • redução na produção de resíduos;
  • participação nos projetos de Logística Reversa (descarte, coleta, reutilização, reciclagem);
  • consumo consciente de energia e água;
  • emissão na redução de gases;
  • planejamento e política ambientais;
  • certificados ISO 14001;
  • uso de tecnologias limpas;
  • uso de veículos híbridos, elétricos ou movidos a energia alternativa, a biocombustível.

A Logística de Produção preconiza o uso da Produção Mais Limpa (P + L), aplicando técnicas que reduzam a geração de resíduos e o uso de materiais mais fáceis de reciclar e decompor.

A Logística de Distribuição ou de Saída tem como metas diminuir o trânsito das mercadorias, economizar água nos processos relacionados (lavagem, recarga de baterias), usar veículos apropriados (biocombustível, híbridos etc.).

A Logística Reversa visa a reintegração dos produtos vendidos e consumidos ao ciclo produtivo. Os materiais não podem mais ser colocados simplesmente em aterros sanitários (Lei 12.305/2010 da Política Nacional de Resíduos Sólidos — PNRS —, regulamentada pelo Decreto 7.404/2010).

O sistema de Logística Reversa se tornou obrigatório para empresas que trabalham com produtos, como pilhas e baterias, agrotóxicos, pneus, eletroeletrônicos, óleos, lâmpadas, embalagens em geral.

Como as empresas vêm unindo logística e sustentabilidade

A PesiCo lançou, em 2011, garrafas feitas à base de plantas (cascas de laranja e de aveia, resíduos de outras operações da empresa).

A cervejaria Anheuser-Busch InBev estabeleceu uma meta de redução de 30% da utilização da água em, no máximo, 5 anos e outra de meta de redução quase total (99%) de seus resíduos.

O Walmart declarou que 80% de seus resíduos não vão mais para os aterros e já economizou muito dinheiro fazendo a reciclagem de embalagens.

A Ambev criou um incrível programa que possibilita compartilhar frotas com seus parceiros, otimizando os processos de entrega, reduzindo a emissão de poluentes (mais de 446,3 toneladas de CO2 em três anos) e economizando combustível. Tudo devido à boa aplicação de determinadas ferramentas automatizadas de gestão.

Os parques logísticos são reuniões de empresas que compartilham diferentes serviços, como água e luz, e equipamentos. Os melhores possuem certificações de sustentabilidade.

A terceirização também é uma forma de aplicar sustentabilidade, já que dispensa o uso de veículos próprios e otimiza o transporte de cargas nacional na medida em que deixa a operação destinada a empresas especializadas (transportadoras e parceiras).

As vantagens para as empresas que aplicam Logística Sustentável

Realizar a devida integração entre logística e sustentabilidade, atendendo as legislações ambientais, traz bons frutos para as empresas. Veja os tipos de vantagens que elas usufruem:

  • Econômicas: diminuem o uso de recursos naturais, evitam o pagamento de multas (e a suspensão das atividades devido às penalizações), economizam recursos com o uso de materiais reciclados, ganham dinheiro com venda de resíduos, aumentam sua receita por captar clientes entre os “consumidores verdes”.
  • Competitivas: destacam-se da concorrência em algumas situações, especialmente em negociações internacionais (o mercado externo valoriza muito as “empresas verdes”).
  • Imagem empresarial: ganham pontos positivos da parte do consumidor (os “consumidores verdes” preferem pagar mais por um produto ou serviços ambientalmente correto).
  • Ambientais: ajudam na manutenção e preservação do meio ambiente para o presente e para as futuras gerações.

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Redação Cargo X
30/03/2017 - 05:03

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