O transporte rodoviário é o principal modal no Brasil e já não é novidade dizer que os custos logísticos envolvidos nessa operação são bastante elevados e que eles impactam muito o setor financeiro das empresas. No entanto, é válido apontar que esses custos podem ser otimizados.
De acordo com o Plano de Transporte e Logística da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), divulgado pelo Correio Braziliense, os custos com a logística nesse modal alcançam 11,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Nos Estados Unidos, o resultado é de 8,7%.
Essa situação implica aumento do preço final das mercadorias, o que significa que, se os custos não forem bem gerenciados, o caixa da sua empresa vai sofrer os impactos negativos.
É por isso que este artigo mostrará os principais valores relacionados à logística no transporte rodoviário e algumas sugestões para otimizá-los por meio de processos e recursos facilitadores. Então, vamos lá?
Há diversos custos que impactam esse processo. Confira os mais importantes:
São divididos em fixos e variáveis. Os primeiros não sofrem variação de acordo com a distância percorrida. Eles existem mesmo que o veículo fique parado e são calculados todos os meses. Alguns exemplos de custos fixos são: salário do motorista, licenciamento, reposição do veículo, seguro e remuneração do capital empatado.
Já os custos variáveis são aqueles que alteram conforme a quilometragem rodada. É o caso, por exemplo, dos acessórios, das peças de manutenção, dos lubrificantes, do combustível, das recauchutagens e dos pneus. O estado das rodovias também influencia nesse valor, como você pode ver no nosso infográfico.
São as despesas administrativas indiretamente relacionadas à operação do veículo. Variam de acordo com o volume de carga movimentada. Dividem-se em:
Referem-se à gestão do risco de avarias, acidentes e roubos. Dividem-se em dois grupos:
Relacionam-se às despesas que não estão ligadas ao volume ou ao peso da carga. Entre eles estão:
A logística é um dos grandes desafios existentes no Brasil. Um estudo da Fundação Dom Cabral indica que 85,6% das empresas no Brasil têm alto nível de dependência das rodovias. O transporte de longa distância é o fator mais representativo, com 44% de influência.
É importante citar que o modal rodoviário é o mais utilizado no país, com 81,7% de preferência. Por isso, 40% dos representantes de empresas entrevistados na pesquisa acreditam que a melhoria das estradas é relevante para reduzir os impactos logísticos.
Mesmo assim, 69,1% dos entrevistados acreditam que as rodovias brasileiras são ruins. Além disso, os impostos, a corrupção e a infraestrutura inadequada são os principais elementos que reduzem a competitividade da logística no Brasil.
Além disso, a mão de obra trouxe impactos significativos para a composição do custo logístico. Para 62,4% das empresas, essa questão ocasiona um aumento extra para seus setores financeiros.
É importante deixar claro que o custo com a logística impacta de maneira mais significativa as empresas que dependem apenas do transporte rodoviário. Um dos motivos disso é a elevação do valor do óleo diesel.
O conhecimento sobre esse contexto evidencia a necessidade de pensar sobre a otimização dos custos relativos à logística. A ideia é reduzi-los e criar um plano de ação que possibilite aprimorar as diferentes etapas da cadeia de suprimentos.
Veja algumas ideias do que você pode fazer:
As rotinas produtivas devem ser padronizadas para que todos realizem o trabalho da mesma forma. Ao mapear os processos é possível analisar as sequências operacionais e adotar práticas eficientes, que evitem restrições e gargalos.
Essa avaliação ainda possibilita o redesenho do layout produtivo a fim de reduzir o tempo das atividades e otimizar o uso dos recursos. Lembre-se de revisar o planejamento com frequência, de buscar métodos para melhorar as tarefas e de incorporar as boas práticas à rotina.
A execução manual das tarefas pode ocasionar retrabalho e erros que levam ao aumento de gastos. Isso significa que as tarefas burocráticas e repetitivas impactam o preço final dos produtos, o que diminui a lucratividade e a competitividade da sua empresa.
A ideia da automatização é usar sistemas que executem as tarefas manuais com mais eficiência. Com isso, a equipe pode focar atividades estratégicas.
Os softwares logísticos são bons aliados dos processos, pois concentram um grande volume de dados e permitem um monitoramento em tempo real. A consequência é uma informação mais qualificada e atualizada, que permite que o gestor tome decisões de modo mais preciso.
O sistema integrado evita que os dados fiquem duplicados e que haja perdas, desencontros e erros. Ele também aumenta a visibilidade e a eficiência das tarefas, por exemplo, facilita o controle de estoques, a previsão de demandas, o monitoramento de indicativos de performance e o estudo das melhores rotas de distribuição.
Esses parceiros são fundamentais para que a empresa possa comercializar seus produtos com eficiência. Eles devem ter qualidade e garantir a entrega dos produtos no prazo e com o melhor custo-benefício.
Usar um sistema de e-procurement ajuda a realizar cotações, automatizar o fechamento de contratos e aprimorar as negociações. O bom relacionamento com os fornecedores também permite a conquista de outros benefícios — como descontos, melhores condições de pagamento e envios mais rápidos.
A empresa deve equilibrar os itens disponíveis em estoque com a falta de materiais, que pode ocasionar a perda de vendas. Isso pode ser feito por meio da tecnologia e do monitoramento de indicadores — estes ajudarão a traçar as estratégias mais adequadas.
Com o cross docking, por exemplo, a empresa consegue trabalhar com o estoque mínimo, dispensando a necessidade de armazenagem. O resultado é a redução de custos e a implementação de um fluxo contínuo de produção.
Como você pôde perceber, as empresas sofrem com o impacto dos custos logísticos, mas é possível diminuí-los. Veja este infográfico e continue aprendendo a reduzir os gastos com esse setor. Não perca!