A Colômbia, como o Brasil, é um país da América do Sul que também sofre com problemas no transporte de cargas pelas rodovias. O transporte custa caro e é demorado. Nos períodos em que a economia está em alta, a Colômbia sofre com portos e aeroportos cheios.
Há 5 anos, os dois países estão lutando para vencer esses obstáculos. Porém, a Colômbia tem apresentado mais sucesso em suas soluções.
Leia o post e acompanhe a trajetória atual da logística na Colômbia. Veja como ela criou um modelo inovador e eficiente!
O governo atual está usufruindo os benefícios de um projeto que foi estimulado em 2011. A intenção do governo colombiano é investir US$ 55 bilhões no período de 10 anos.
O projeto tem como objetivo o aprimoramento da logística na Colômbia, bem como a diminuição da violência no país e a aproximação das comunidades que estão muito afastadas umas das outras. Enfim, a gestão governamental pretende ligar todas as regiões do país por meio das rodovias.
No ano de 2011, quando o projeto foi lançado, criou-se a Agência Nacional de Infraestrutura. Ela é quem assume a responsabilidade pela elaboração dos projetos do setor de transporte, contando com a atuação de um grupo de técnicos e profissionais. A Agência lançou somente no ano de 2013 as concessões iniciais, em um pacote com ao menos 42 projetos destinados às rodovias — no valor de US$ 17 bilhões.
Os leilões tiveram início em 2014, de forma que o governo executou 70% de seu planejamento e determinadas obras têm caminhado bem. De dois em dois meses, um projeto vai a leilão. O valor médio de cada projeto é de US$ 400 milhões. O país foi capaz de aumentar o financiamento, considerando que as instituições financeiras e o governo dificilmente teriam condições de assumir aquele compromisso.
Os fundos de pensão receberam autorização para apostar em concessões através de empresas gestoras de recursos. Em projetos nos quais o pedágio se mostraria oneroso demais e diminuiria tanto o tráfego que seria inviável manter a concessão, o governo resolveu pagar uma parcela da tarifa durante 25 anos — tratam-se de parcerias de ordem público-privada.
Também é permitido pagar 40% em dólar. Dessa forma, fica menos complicado para as concessionárias assumirem dívidas na moeda internacional, viabilizando muitos projetos.
O governo também autorizou emitir, em dólar, alguns títulos de dívida associados aos projetos, o que favorece o acesso aos mercados estrangeiro (coisa que não acontece no Brasil). Cerca de 35% dos financiamentos provêm de fora do país. Também existe um banco de fomento contribuindo para financiar o projeto de logística na Colômbia: a Financiera de Desarrollo Nacional, que contribui com 65% da participação federal. Os 35% restantes pertencem ao Banco CAF, de origem japonesa, que faz parte do Banco Mundial.
O que mais preocupa nos investimentos colombianos são os aventureiros, que oferecem valores baixos nos leilões. A intenção deles é ganhar primeiramente a concessão e tentar, posteriormente, aditivos contratuais. Trata-se de um problema que também afeta as concessões brasileiras.
Para contornar esse problema, a Colômbia definiu que, nos leilões, só vence quem pedir uma menor interferência nas tarifas por parte do governo (esse valor deve ser não mais do que 10% menor que a média do total de pedidos).
A Odebrecht saiu vitoriosa em uma licitação para realizar a recuperação da navegabilidade em um trecho do Rio Magdalena (900 km), o mais importante rio do país. Essa concessão requer um investimento de US$ 2,5 bilhões, mas a empresa brasileira não levantou todo o valor do financiamento. Vale lembrar que a Odebrecht é uma das empresas envolvidas nos crimes apurados pela Operação Lava Jato, no Brasil.
Outros problemas envolvem a desapropriação de terrenos, que geram atrasos nas licitações e terminam por fazer muitos investidores perderem o interesse no negócio.
Ou seja, nem tudo são flores nos projetos de reestruturação da logística na Colômbia, mas, ainda assim, ela tem se mostrado um país latino que oferece boas perspectivas nesse sentido, superando o Brasil.
Como outros países da América Latina, a Colômbia sofre com problemas de volatilidade na economia. No setor de infraestrutura, o país tem se mostrado, apesar dos reveses, muito promissor.
Como ficou claro, a finalidade de renovar a face do setor rodoviário no país envolve, além da promoção do desenvolvimento da logística, a redução da violência e a integração de áreas distantes e de difícil acesso.
Uma das mais belas propostas de integração é a construção de mais de 250 km de rodovia para diminuir a distância entre a cidade de Medellín, localizada a 1.500 metros de altura na Cordilheira dos Andes, e o porto de Buenaventura, às margens do Oceano Pacífico.
Embora seja um projeto relativamente pequeno, especialmente se considerarmos as grandes dimensões do Brasil, esse projeto enfrenta graves dificuldades por se tratar de uma região montanhosa.
A Colômbia está deixando de ser conhecida somente por ser um país cheio de narcotraficantes e começa a servir de exemplo para outros países da América do Sul, inclusive para o Brasil. O projeto maior de infraestrutura rodoviária, que envolve outros projetos variados, prova o valor do governo e outras instituições (pública e privadas) colombianas.
Trata-se de um programa que envolve instituições grandes e pequenas, pequenos e grandes investidores, bem como toda a população do país, especialmente as empresas que trabalham com o transporte de cargas, unificando a economia nacional colombiana.
A Colômbia é um país que vem seguindo muito bem o exemplo da Holanda, um dos países mais desenvolvidos da Europa e do mundo. O Brasil precisa aprender com o projeto de infraestrutura colombiano para realizar seu próprio programa de reformas logísticas nas rodovias nacionais.
Entre 2011 e 2013, foi lançado o Programa de Investimento em Logística (PIL), na mesma época em que se gastava com preparativos para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas. Foram leiloados cinco rodovias e seis aeroportos, o que forçou as concessionárias a investirem elevados valores em um período curto.
Infelizmente, depois desse impulso, a economia passou por desaceleração constante, o tráfego também se reduziu e a famosa Operação Lava Jato afetou as construtoras que integravam consórcios.
Cabe ao atual governo lidar com a situação, mesmo sem dinheiro para honrar os contratos. Certas concessões precisam ser encerradas e os investidores são bastante cautelosos antes de aplicarem seu dinheiro no projeto nacional.
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