Atualmente, com o mercado cada vez mais competitivo e um público cada vez mais exigente, atender às necessidades dos clientes já não é um diferencial para as empresas: é o mínimo que elas precisam fazer para gerar uma boa experiência de compra e iniciar o processo de fidelização dessas pessoas. É aí que entra a inteligência logística.
No artigo de hoje, vamos explicar melhor esse conceito, como ele pode ajudar na criação de vantagem competitiva, a importância da visão estratégica, entre outros aspectos. Continue com a leitura e confira agora mesmo!
A inteligência logística consiste no conjunto de habilidades e competências de uma empresa que possibilitam a criação de respostas rápidas e eficazes para as demandas apresentadas pelo mercado, concorrentes e clientes.
Sendo assim, podemos dizer que a inteligência logística tem como objetivo proporcionar uma visão mais crítica, ao mesmo tempo em que torna os processos mais produtivos e orientados para alcançar os objetivos planejados.
Na prática, trata da gestão de atividades multifuncionais e integradas — tanto no ambiente interno quanto entre as empresas (parceiros de negócios) — focada na criação de conhecimento, no desenvolvimento do capital humano, em agregar valor aos produtos e serviços oferecidos e otimizar os processos logísticos.
Ainda que essas atividades não estejam diretamente ligadas, vale lembrar que existem tarefas que se relacionam indiretamente e causam influência no resultado das outras, compondo um sistema integrado que afeta o resultado. Sendo assim, um bom desempenho logístico depende não só dos profissionais da área, mas também da participação de outras equipes e empresas.
Por meio dessa integração, o gestor tem uma visão geral das operações e consegue tomar decisões mais ágeis e menos sujeitas a erros, sempre focadas nas necessidades do cliente e da empresa — apesar de, em alguns momentos, ter que abrir mão de alguns pontos para alcançar outros melhores (o chamado trade-off, ou troca compensatória).
Assim, aumenta-se a possibilidade de aprimorar os processos logísticos, reduzir custos, criar soluções diferenciadas, planejar as operações em curto, médio e longo prazo, alcançar o equilíbrio operacional, obter resultados consistentes e aplicar a melhoria contínua dos serviços.
Todos esses aspectos são fundamentais para criar um diferencial no mercado, se destacar da concorrência e gerar vantagem competitiva.
Como já podemos perceber, investir na inteligência logística possibilita criar um diferencial competitivo e que a empresa saia na frente de seus concorrentes na hora de conquistar o consumidor. Contudo, para que isso se torne possível, vale a pena contar com alguns aspectos fundamentais. Entre eles:
A empresa se abre para novos conceitos, ideias e perspectivas. Isso vale tanto para o desenvolvimento de novos processos ou produtos e serviços quanto para o aprimoramento de questões já existentes.
A partir daí, por meio da logística, a inovação passa a ser estimulada também em outras áreas — como Vendas, Produção e Marketing — aprimorando os resultados.
O planejamento é parte fundamental do sucesso de qualquer operação. Sendo assim, o ideal é concentrar um grande esforço na construção de um plano detalhado e bem estruturado, em vez de lidar com questões operacionais imprevistas, que fazem com que a equipe se torne "apagadora de incêndios".
A ideia aqui é ter acesso a informações relevantes a qualquer momento e aumentar o controle sobre os processos. Assim, consegue-se gerar transparência dentro da cadeia logística e melhorar a tomada de decisão — em agilidade e, ao mesmo tempo, precisão e eficácia.
Por outro lado, estrutura-se uma gestão voltada para a rapidez e flexibilidade na resolução de problemas. Tudo isso permite que as ações sejam adotadas em tempo real, evitando que as falhas se tornem obstáculos ainda maiores, urgentes e mais complexos.
A inteligência operacional está ligada à capacidade que se tem para criar soluções diferenciadas para as necessidades dos clientes.
Dessa forma, chega-se a resultados acima da média do mercado, além de apresentar um rendimento contínuo (sem altos e baixos). Isso vale para as áreas mais operacionais e também para as mais táticas e estratégicas.
Ao mesmo tempo, aproveita-se o conhecimento dos profissionais envolvidos nos diferentes níveis hierárquicos da organização — o que proporciona melhorias integradas em todos os aspectos.
Os indicadores de desempenho são uma forma de o gestor se cercar de informações para avaliar o resultado dos seus processos, ou seja, todas as decisões tomadas são embasadas em números e na realidade do negócio.
Outra questão importante a respeito dos KPIs é que eles ajudam na identificação dos gargalos operacionais e no levantamento de quais são as possíveis causas, atuando diretamente no foco do problema.
Contar com equipes multifuncionais, em que os profissionais têm capacidade para atuar em diversas funções (com comprometimento e proatividade), é fundamental para que a cultura da inovação e a inteligência logística sejam aplicadas na prática.
O clima organizacional está diretamente ligado à motivação e ao engajamento dos colaboradores. A ideia é criar um ambiente que valorize o bem-estar e a qualidade de vida dos profissionais.
Já com a cultura absorvida, os valores da empresa passam a fazer parte da conduta de todos, o que facilita o alcance dos objetivos e a transformação de como as atividades são geridas.
Outro fator importante é a sinergia entre o ambiente interno (atender às necessidades dos clientes internos) e o externo (consumidores).
Construir relacionamentos de longo prazo — não só com clientes, mas também com os fornecedores — é uma forma de criar uma gestão colaborativa, que integra os parceiros de negócio, fazendo com que todos trabalhem por objetivos em comum, sempre tendo o cliente como o foco.
Por falar em foco no cliente, o ideal é planejar os objetivos de acordo com as expectativas desse público e executar os processos de forma direcionada para o alcance das metas.
Isso significa oferecer os produtos e serviços de acordo com a exigência do mercado para o momento e garantir que a demanda será atendida da melhor forma possível.
A redução de custos está bem relacionada à inteligência logística e à criação de diferencial competitivo para o negócio. À medida que a inteligência ajuda a promover a redução, as ações adotadas para diminuir os gastos sustentam a inteligência.
No que diz respeito à relação entre custos e vantagem competitiva, isso se dá por 3 motivos essenciais:
Para alcançar essa diminuição dos gastos, vale a pena adotar algumas medidas, entre elas:
O conceito da logística enxuta surgiu com base no modelo Toyota de produção enxuta. O objetivo é eliminar os desperdícios operacionais, tarefas desnecessárias (que não agregam valor ao produto ou serviço), reduzir a incidência de erros e necessidade de retrabalhos, alcançar a eficiência, entre outros aspectos.
Por meio do mapeamento de processos, consegue-se analisar os métodos de trabalho e identificar quais são os problemas, onde eles ocorrem e quais são as possíveis falhas. Quando as correções são aplicadas, torna-se possível reduzir os custos.
Revisar o orçamento é uma maneira de reduzir custos de forma planejada e estruturada. Por meio dessa análise, o gestor consegue reconhecer os gastos supérfluos, quais áreas estouram as metas, entre outras coisas.
A partir daí, as decisões acerca das reduções são feitas com planejamento e com uma garantia maior de que elas não impactarão negativamente os resultados ou a qualidade posteriormente.
Renegociar com os fornecedores também é uma excelente maneira de reduzir os gastos. Ainda que não se consiga diminuir os preços de tudo, vale a pena tentar um desconto por volume (planejando compras maiores de uma só vez, com um intervalo maior de tempo entre uma e outra) ou melhores condições para pagamento.
Se essa estratégia não funcionar, vale a pena abrir a negociação para que novos parceiros entrem — aumentando o poder de barganha e as chances de conseguir preços bons por uma qualidade satisfatória.
Outra excelente maneira de reduzir os custos na empresa é adotando pequenas alterações na rotina. Exemplos disso são:
Para isso, é necessário conscientizar os colaboradores e explicar sobre a importância que essas transformações têm para que os resultados da empresa sejam ainda melhores. Apesar de parecer uma melhoria pequena, somando todas as alterações no final do ano, a redução é bem maior do que se imagina e pode ser benéfica.
A maior vantagem de conseguir enxugar os gastos na empresa é a possibilidade de investir em novas melhorias, reduzir os preços e aumentar as margens de lucro — dependendo de qual é o objetivo no momento.
A inteligência logística também envolve a otimização das operações. Aprimorar os métodos de trabalho é uma estratégia que ajuda no alcance de resultados mais satisfatórios, empresa mais eficiente e clientes mais satisfeitos.
Para isso, deve-se pensar em alguns pontos essenciais, como:
Assim como uma operação apresenta desafios, existem situações que, se bem trabalhadas, podem se tornar oportunidade de melhorar as operações e os resultados alcançados.
Dessa forma, o ideal é voltar os esforços para as questões que realmente proporcionam um bom desempenho — o que está totalmente alinhado com a estratégia de eliminar desperdícios e atividades desnecessárias.
O investimento em tecnologia é fundamental para o sucesso da logística, principalmente pela necessidade de ter um controle maior sobre os processos, obter informações atualizadas em tempo real, monitorar o ciclo dos pedidos, entre outros benefícios que essas ferramentas proporcionam.
Dessa forma, torna-se possível otimizar os fluxos e ainda promover a integração entre os setores da empresa e os parceiros de negócio, melhorando a comunicação.
A terceirização dos serviços é cada vez mais tendência, principalmente devido ao fato de isso auxiliar na redução de custos, permitir que sua empresa direcione o foco para a atividade-fim (criando soluções que agreguem valor para o cliente) e pelo aumento da qualidade dos serviços.
Como o próprio nome sugere, na logística colaborativa, os parceiros de negócio buscam contribuir para os resultados com o desenvolvimento de novas estratégias e conceitos que afetarão de forma positiva a experiência do cliente final.
Essa estratégia busca aumentar a eficiência de todos os envolvidos — reduzindo custos e otimizando os processos —, tornando a cadeia de abastecimento mais forte e permitindo que os players sejam competitivos como um grupo (em vez de atuarem sozinhos no mercado).
O foco nos clientes deve estar alinhado com o foco nos resultados. Além de conseguir entender as necessidades do público, a estratégia também deve ter inteligência aliada à otimização dos processos.
Isso quer dizer investir em capacitação do pessoal, planejar os custos, adotar ferramentas tecnológicas, entre outros aspectos.
O pensamento de adotar uma gestão voltada para a inteligência logística está diretamente relacionado à melhoria de resultados. Isso quer dizer que, na prática, para alcançar a inteligência logística, é preciso definir objetivos bem claros e que estejam de acordo com a realidade do negócio e da empresa.
Esse passo é essencial para que todas as equipes (em todos os níveis) estejam cientes de suas metas, onde se espera chegar e o que deve ser feito para que isso se torne realidade — o que chamamos de plano de ação.
Depois disso, também se deve criar meios de avaliar os resultados — o que pode ser feito por meio dos indicadores de desempenho (KPIs) — e analisar se eles estão dentro do que é esperado.
Primeiramente, a criação dos KPIs deve ser feita com base na estratégia da empresa, com o pensamento de agregar valor para o processo de análise e auxiliar o gestor em uma tomada de decisão mais precisa, ágil e acertada.
A partir desse recurso, torna-se possível saber quais são as falhas e gargalos operacionais, suas causas e como as ações podem ser elaboradas de forma a eliminar essas deficiências que influenciam os resultados.
Com esse acompanhamento, torna-se possível entender a relação entre os esforços direcionados para as atividades e os resultados alcançados — identificando as falhas que impedem o alcance dos objetivos.
Daí em diante, o gestor pode adotar uma rotina voltada para as melhorias contínuas, visto que os processos mais relevantes são constantemente analisados, modificados e aprimorados.
Como já se sabe, o caminho para a inteligência logística envolve pessoas, processos, tecnologia e infraestrutura. Mas também é necessário que eles estejam alinhados e sejam geridos em sinergia.
Caso um deles seja controlado de forma desigual, pode levar a alguma inconsistência no desempenho da organização. É aí que entra a visão estratégica, em um patamar superior, e a possibilidade de reger tudo ao mesmo tempo, com consistência.
Para isso, existem alguns aspectos cruciais:
Eles fazem parte do ponto mais básico para se alcançar a inteligência logística, haja vista que é por meio deles que se consegue criar um alicerce básico para alcançar o resultado esperado.
Ou seja, é preciso fazer uma gestão mais ativa e participativa, em vez de deixar as coisas acontecendo no modo automático — o que acontece muito com atividades mais operacionais. Assim, sabe-se o que pode ser feito para criar valor, de ponta a ponta.
Nesse sentido, o ideal é contar com alguns métodos e ferramentas, como:
O benchmarking trata do estudo sobre as melhores práticas de mercado. Nessa fase, analisa-se outras empresas — de preferência os concorrentes diretos — com a intenção de identificar quais são os seus acertos, quais problemas eles enfrentam e como devem ser evitados.
A ideia não é fazer uma cópia, mas sim saber quais bons exemplos podem ser aprimorados e o que pode afastar os clientes e deve ser evitado. Além disso, é uma forma de saber o que precisa ser feito de diferente para se destacar no mercado.
Sendo assim, deve-se analisar os processos (tanto internos quanto externos) e fazer alguns questionamentos, como:
Vale ressaltar que, no caso dos processos externos, esse questionamento ainda envolve a viabilidade de implementá-los na empresa e de que forma eles precisam ser adaptados para se encaixar no modelo de negócios.
Falamos o tempo todo sobre a importância dos processos e como eles precisam ser bem estruturados, mas é necessário lembrar de algo fundamental: são pessoas que os executam e são responsáveis pelo sucesso dos resultados.
Sendo assim, o ideal é investir no desenvolvimento e retenção de talentos — principalmente pela dificuldade de se encontrar mão de obra capacitada no mercado. Aí, voltamos para a questão da cultura empresarial e como a transformação na gestão influencia nos resultados.
Profissionais motivados e engajados têm mais contribuições para fazer, principalmente quando se tem um clima de inovação, em que as ideias podem ser compartilhadas livremente e são estimuladas.
Outro ponto importante é a integração entre os processos. Quando existe um sequenciamento bem definido e o gestor pode ter uma visão sobre as atividades e como funciona o fluxo de trabalho, consegue-se levantar mais informações e realizar uma tomada de decisão mais segura.
Nesse sentido, a solução é investir em soluções integradas e estreitar o relacionamento com os parceiros de negócio, estimulando uma comunicação clara, objetiva e fluida.
Em tempos de mercados cada vez mais acirrados, ter agilidade na hora de tomar a decisão deixa de ser um grande diferencial para se tornar uma necessidade. Porém, ao mesmo tempo, deve ser um processo acertado. Nesse caso, a obtenção de informações relevantes e a comunicação são peças fundamentais.
Essa rapidez é que pode fazer a empresa se destacar dos seus concorrentes, principalmente quando se trata de aproveitar as oportunidades que aparecem.
Falamos muito sobre a informação e a comunicação, mas é preciso lembrar que essas questões são apenas parte do caminho para aprimorar os processos. O que conta mesmo na hora de criar um diferencial é o que é feito com esses dados, ou seja, a gestão do conhecimento.
Em outras palavras, o conhecimento é gerado por meio das informações coletadas e atua de forma transversal entre as áreas da empresa, ajudando a melhorar a gestão estratégica, estando ligado aos sistemas de informação e investimento em tecnologia e integrando outras áreas, como marketing, vendas e compras.
Entre os benefícios dessa gestão, podemos citar:
Como podemos ver, a inteligência logística guia as operações para que o objetivo seja sempre agregar valor aos produtos e serviços e superar as expectativas dos clientes, ao mesmo tempo em que se alcançam resultados mais satisfatórios — por meio da eficiência dos processos. Entretanto, é uma questão que envolve modificações na gestão, na cultura e até mesmo na visão empresarial.
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