Os caminhoneiros brasileiros ainda conseguem muito trabalho a partir de cartazes escritos à mão.
Para Federico Vega, esse sistema antiquado e ineficiente era uma fruta madura e fácil de agarrar. Em viagem de bicicleta da Patagônia ao Brasil, o argentino encontrou caminhoneiros que reclamavam de passar a maior parte do tempo procurando fretes, de receber baixa remuneração e de lidar com empresas de transporte desorganizadas que às vezes não honravam os pagamentos.
Por isso, Vega criou a CargoX, uma empresa estilo Uber que conecta os caminhoneiros com as empresas que precisam dos serviços deles. A firma também garante o pagamento e melhora a logística para que os compartimentos de carga não permaneçam vazios.
“Temos a chance de promover um enorme impacto no Brasil”, disse Vega, 37, em entrevista. “Mais do que uma empresa, estamos iniciando uma revolução ao trazer grandes investidores para explorar esse mercado.”
Entres os “grandes investidores” estão o Goldman Sachs — o maior apoiador — e George Soros, que detém uma pequena participação no negócio. E a comparação com a Uber não fica só nas palavras. Oscar Salazar, diretor de tecnologia fundador da bilionária empresa de transporte, foi um dos primeiros investidores da CargoX. A Unilever e a Ambev são clientes e a empresa conta com cerca de 7.000 motoristas cadastrados. A Ambev e a Unilever preferiram não comentar o assunto.
“A CargoX mostrou um crescimento impressionante desde o lançamento, em 2016, e acreditamos que tem um potencial enorme para continuar se expandindo”, disse Hillel Moerman, codiretor do Goldman Sachs Private Capital Investing Group. “O negócio tem uma sólida infraestrutura de tecnologia proprietária que garante a eles a oportunidade de reduzir o custo de movimentação de cargas e de melhorar o nível do serviço.” A Soros Fund Management preferiu não comentar.