A etapa de compras é uma das mais importantes para uma empresa. Ainda que a preocupação maior seja com as vendas, é fundamental realizar as aquisições de forma eficiente, já que os produtos comprados dos fornecedores e o relacionamento que a companhia mantém com eles são fatores decisivos para o sucesso das vendas.
Neste post, mostraremos como efetuar uma gestão de compras e estoque de maneira eficiente, de modo que evite compras desnecessárias, lotação exagerada no armazém e desperdícios.
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Primeiramente, analisemos como é possível realizar uma gestão de compras e estoque de forma eficaz, considerando que são procedimentos interdependentes. Afinal, o gestor precisa comprar insumos para estocar e, ao mesmo tempo, só pode adquirir itens que estão acabando ou já acabaram no armazém.
Somente avaliando o que se tem no estoque é que será possível determinar o que precisa ser comprado. Os setores de compras, vendas e estoque devem, portanto, manter uma conectividade constante, primando pela comunicação fluida e pela troca de informações confiáveis e, de preferência, em tempo real (por meio de um sistema automatizado de gestão).
Organizar a gestão de compras e estoque, mantendo tudo em equilíbrio, é um desafio. Uma das mais importantes funções da administração das compras é ajudar a empresa a obter uma relação custo-benefício que seja efetivamente satisfatória para os negócios.
A empresa precisa realizar a aquisição de matérias-primas e de produtos de boa qualidade, mas a preços mais acessíveis. Equilibrar as compras conforme o estoque é uma maneira eficaz de reduzir gastos, evitando aquisições de produtos em quantidade excessiva ou muito antecipadas.
A seguir, você verá algumas dicas para gerenciar compras e estoque de forma integrada, alcançando resultados positivos.
Somente com um rígido controle das entradas e saídas de itens do estoque é possível saber, com mais precisão, aquilo que deve ser comprado. Assim, você consegue manter uma eficiente gestão de compras e estoque.
Para tornar mais prático o acompanhamento das entradas e saídas, registrando-as devidamente, a utilização de um software é recomendada.
Para manter um controle sobre compras e estoque, convém padronizar os produtos e as descrições. Cada item deve ser colocado em uma categoria específica e válida.
Recomenda-se criar códigos para identificar cada tipo de mercadoria, pois, assim, o conjunto estocado permanecerá organizado e fácil de consultar. Tal prática evita confusões e falhas na identificação.
O gestor deve fazer um calendário de compras, seguindo a demanda identificada pelo histórico de cada item. Assim, ele consegue manter estocados produtos em quantidade mínima, diminuindo custos.
Toda empresa deve trabalhar com mais de um fornecedor, ou seja, também é necessário fazer uma gestão de fornecedores. O gestor precisa conhecer bem cada um de seus fornecedores e manter com eles um relacionamento confiável, pois isso ajudará a resolver eventuais contratempos e problemas.
Cada fornecedor deve conhecer o estilo da empresa-cliente, esclarecendo dúvidas sempre que julgar necessário (quando considerar que um determinado pedido está errado, por exemplo).
Na hora de escolher fornecedores, a companhia precisa considerar não apenas o preço, mas sua reputação no mercado. Outros aspectos importantes são a disponibilidade das mercadorias e a flexibilidade no processo de entrega.
Um relacionamento confiável entre empresa e fornecedor permitirá, inclusive, que as negociações aconteçam de maneira mais fluida e seja possível conseguir preços melhores ou formas de pagamento mais vantajosas para o negócio.
Integrar os setores de compras e estoque na hora de administrar oferece muitas vantagens, como a redução de desperdícios e as melhores condições de compra. Isso porque não será preciso fazer pedidos urgentes, de última hora.
O conhecimento do volume estocado, aliado a uma correta previsão de vendas, permite ao gestor antecipar-se e solicitar novas aquisições sempre que o negócio exigir. Vale lembrar que negociações de última hora, geralmente implicam na aceitação de condições menos flexíveis da parte dos fornecedores.
A integração entre compras e estoque ajuda a evitar o desabastecimento, fazendo com que a empresa possa aproveitar melhor as oportunidades. Já a comunicação integrada prepara a organização para situações imprevistas e demandas específicas.
Considere, por exemplo, que, de forma imprevista, determinada mercadoria começa a ter maior procura e maior saída. O setor de estoque poderá contatar o de compras, explicando a situação e solicitando uma reposição antecipada do item.
O aumento da margem de lucro é um resultado natural quando ocorrem menos desperdícios de estoque e menos gastos desnecessários com compras mal programadas. Suprindo adequadamente as necessidades dos clientes, torna-se mais fácil fidelizá-los, o que garantirá mais compras e mais lucros.
Isso também facilita a captação de um público novo, que se sentirá estimulado a comprar em uma empresa que oferece os produtos que está procurando. O aumento da margem de lucro, mesmo sendo temporário, já contribui para que a organização incremente sua receita e aproveite oportunidades melhores.
Estocar é uma medida preventiva, que visa ao pronto atendimento das demandas do consumidor. Contudo, atualmente, seguindo os princípios da Produção Enxuta, o conceito de estoque vem sendo reformulado — e o objetivo de todo negócio que deseja crescer e ganhar mais potencial competitivo é reduzi-lo.
Dessa forma, uma gestão estratégica de estoque considera todas as possibilidades de encontrar a melhor disponibilidade de produtos com o estoque mais reduzido possível. Um estoque reduzido significa menos capital de giro imobilizado e menores chances de desperdícios ou de erros em seu controle.
O controle inteligente visa a manter um estoque sempre suprido, com todos os itens necessários para o atendimento ao público. Porém, também se propõe a não incorrer em exageros e superlotar o armazém com mais unidades do que o necessário — excessos só geram perdas e prejuízos financeiros.
Um inventário cuidadoso e a aplicação de métodos eficazes de controle, como a Curva ABC, ajudarão a apurar os itens mais importantes (e que nunca podem faltar) com precisão. As mercadorias são classificadas em três tipos: A, B e C.
Os produtos enquadrados na categoria A são os que mais oferecem lucro à empresa e, geralmente, compõem 20% do total de volume em estoque. Já os de tipo B oferecem saída mediana, ao passo que aqueles da categoria C são os que menos geram lucros, mas podem compor 50% ou mais do estoque.
Os produtos C não precisam ser eliminados, mas exigem compras menores e podem se tornar alvos de novas estratégias para terem suas demandas aumentadas.
É fundamental manter o estoque em segurança, respeitando a natureza e a importância de cada item. Assim:
Os alimentos, por exemplo, cuja tendência à deterioração é alta e os prazos de validade são, na maioria das vezes, mais curtos, devem ser conservados em lugares limpos e com boa ventilação.
Manter os produtos estocados em segurança é uma atitude proativa, que contempla a possibilidade de graves problemas (como incêndios e inundações). Quando tais circunstâncias são consideradas, os riscos de perdas maiores ou totais diminuem consideravelmente.
É importante definir o ponto de pedido, ou seja, o momento exato de fazer novas aquisições de uma determinada categoria de produto. Trata-se da aplicação da técnica Just In Time, que defende a realização de novos pedidos de materiais, apenas quando é realmente necessário.
Para saber o ponto de pedido, deve-se calcular o estoque mínimo do item em questão, que é a quantidade mínima de unidades estocadas que pode ser alcançada sem prejudicar o atendimento ao cliente — atingindo essa quantidade, é chegado o momento de comprar novas mercadorias.
Uma estratégia de armazenagem que vem sendo aplicada por muitas empresas ao redor do mundo é o sistema cross-docking. Praticamente não existe estoque nesse caso, pois os produtos são despachados pouco tempo depois do recebimento. Assim, o intervalo entre as duas etapas cruciais da armazenagem é mínimo.
Para uma melhor gestão de estoque, é preciso analisar o fluxo de vendas. O histórico de vendas poderá embasar as decisões do gestor, ajudando a encontrar as melhores soluções. Portanto, é fundamental acessar e interpretar os dados fornecidos pelo setor de vendas.
Por meio dessa análise, o gestor ficará sabendo se alguma mercadoria passar por épocas de pico e/ou baixa demanda (ou seja: se sofrer sazonalidade). Quando a sazonalidade é considerada, as empresas podem evitar grandes perdas de materiais e prejuízos financeiros.
As informações sobre compras devem ser registradas em planilhas ou softwares e avaliadas mensalmente, mediante um estudo sobre o valor médio investido em cada mercadoria e pago a cada fornecedor.
É importante haver uma divisão relacionando as compras feitas para o funcionamento geral da empresa (papéis, tonners, recarga de tinta, cadeiras, mesas, grampeadores, impressoras, computadores e outras coisas) e aquelas realizadas para a produção de bens que serão vendidos — ou para compras de produtos prontos a serem revendidos.
Quando as mercadorias acabam “encalhadas” em estoque, uma saída salutar é a realização de promoções. Uma “queima de estoque” oferece os produtos por preços mais acessíveis ao consumidor e libera espaço no armazém, evitando perdas maiores e, quem sabe, permitindo ao gestor usufruir de uma boa lucratividade.
A “queima de estoque” pode ser uma estratégia para chamar a atenção dos consumidores para itens da categoria C (conforme a Curva ABC), fazendo com que eles sejam mais demandados e vendidos.
Não há dúvidas de que a tecnologia pode ajudar na gestão de estoque. Existem softwares de gestão específicos para administrar o estoque.
Com um sistema automatizado, fica mais fácil fazer inventários e aplicar estratégias de controle e classificação, como a Curva ABC. Também é possível medir o desempenho do estoque por meio de cálculos precisos, apresentados, geralmente, na forma de porcentagem.
O sistema automatizado de gestão facilita a integração entre a área de estocagem e os outros setores da empresa, como o de compras e o de vendas. As informações ficam mais centralizadas e pode-se fazer um acompanhamento em tempo real de todos os processos.
Além da gestão automatizada, o controle de estoque pode ganhar muito com a adoção de certas ferramentas, como o picking-voice (separação de pedidos por meio de um dispositivo de áudio) e o código de barras, recurso que facilita a identificação de produtos. Atualmente, as etiquetas RFID também permitem localizar itens no estoque com facilidade, com o auxílio de ondas de rádio.
Em uma visão puramente operacional, uma eficiente gestão de compras permite à empresa ganhar tempo, perdendo-se menos horas com retrabalhos, retificação de erros ou informações redundantes. Do ponto de vista estratégico, um dos melhores resultados é a redução de custos.
Modernamente, a gestão logística é considerada de fundamental importância estratégica para diminuir gastos empresariais. Operações de armazenagem e transporte envolvem grandes possibilidades de perdas, caso não sejam gerenciadas adequadamente.
Todos sabem, por exemplo, o quanto uma empresa pode se prejudicar com produtos estragados ou furtados e com o consumo de combustível em excesso. Mas os processos logísticos vão muito além da armazenagem e do transporte, contemplando, também, o fluxo de pedidos e o setor de compras, entre outros pontos.
Uma gestão estratégica do setor de compras permite que a companhia reduza custos logísticos. Isso porque ela favorece uma negociação mais estreita entre serviços e produtos e, também, diminui a equipe de trabalho na área de suprimentos.
Assim, os funcionários podem dedicar-se a outras tarefas, potencializando suas entregas para o desenvolvimento do negócio. Outro resultado positivo da administração das compras feita de forma estratégica é que a organização poderá ter, à sua disposição, uma quantidade maior de insumos para negociar com os clientes.
Com tudo devidamente controlado e organizado, fica mais fácil visualizar claramente as margens de lucro. Também será possível entregar com mais precisão e flexibilidade as mercadorias ao cliente.
Mais uma vez, recomenda-se a utilização de sistemas automatizados para a gestão logística. Eles favorecem a comparação de preços, a otimização dos fluxos e a armazenagem dos históricos de evolução das transações, tornando os procedimentos mais ágeis.
Existem softwares específicos para a gestão de compras, que podem ser usados associados a outros programas de controle logístico. Na verdade, é a partir das compras de insumos que o ciclo logístico se inicia efetivamente.
Esses insumos podem ser matérias-primas, produtos acabados ou itens semiacabados. Sem a aquisição dos insumos, as outras etapas logísticas não podem se realizar, pois fica impossibilitada a cadeia de suprimentos — formada por elos fundamentais que começam com o fornecedor e terminam com o consumidor final do produto.
A gestão de compras é composta por um ciclo próprio dentro do ciclo maior, formado pela cadeia de produção e pela logística. Esse ciclo próprio pode ser dividido em etapas como:
Reinicia-se, então, o ciclo. Fatores como quantidade, preços e funcionalidade são essenciais para o gerenciamento das compras.
A quantidade é muito influenciada pela evolução do mercado, considerando-se a demanda do público por cada item. E os custos de produção/venda recebem grande interferência da quantidade obtida.
A funcionalidade é, por sua vez, o fator mais preponderante, que influencia os outros. Existe uma intensa ligação entre funcionalidade e qualidade do produto, para que ele tenha sucesso no mercado.
Para obter a melhor qualidade, é fundamental planejar, levando em conta o uso que o item terá. Em seus aspectos qualitativos, a avaliação mais importante será do consumidor final — quando ele não aprova o produto, é preciso reavaliar sua funcionalidade e proceder a mudanças que visem à melhoria do que está sendo oferecido.
A gestão de compras e logística envolve as operações de aquisição de matéria-prima/produtos como parte fundamental, propondo uma visão estratégica de todos os processos.
Já falamos um pouco sobre a importância de manter um bom relacionamento com os fornecedores. Para começar, convém elaborar uma lista com todos os fornecedores que o gestor julgar confiáveis, baseando-se em experiência própria, na reputação de mercado, em referências de amigos ou outros clientes e assim por diante.
O bom fornecedor deve ter condições de ofertar os materiais dentro do prazo estipulado, na quantidade necessária, com preços mais acessíveis e formas de pagamento vantajosas para a empresa. Outro ponto a se considerar é a qualidade dos produtos.
Essa lista deve ser um cadastro integral, em formato de planilha, com:
A negociação de preços, as formas de pagamento e os prazos de entrega podem ser otimizados a partir de um bom relacionamento com o fornecedor. Elaborar um cadastro com os nomes de diferentes fornecedores é um bom começo.
A partir dessa lista, o gestor poderá fazer uma análise sobre aqueles que mais apresentam afinidade com o seu negócio e suas necessidades. Os outros nomes não devem ser descartados, pois podem ser escolhidos em um período posterior.
É importante considerar que o desenvolvimento e a oferta de mercadorias de boa qualidade são diferenciais relevantes para concorrer no mercado moderno — cujas características são, entre outras:
Para que isso seja possível, a gestão de compras, na hora de selecionar fornecedores, deve levar em conta fatores como melhor custo-benefício e a boa qualidade dos materiais oferecidos. Veja as diferenças entre os três tipos básicos de fornecimento:
O setor de compras precisa avaliar a infraestrutura do fornecedor, a fim de confirmar que ele pode fornecer continuamente os produtos e serviços necessários à empresa, incluindo o suporte pós-venda (quando se fizer necessário).
Fornecedores bem localizados também contribuem para otimizar a gestão de compras. Isso, porque caem consideravelmente as possibilidades de atrasos e os imprevistos podem ser mais bem contornados quando eles se situam próximo da empresa ou em locais estratégicos, que permitam atendimento de qualidade a clientes de diversas áreas de localização.
Algumas companhias confiam tanto em seus fornecedores que delegam a eles a administração do estoque. Assim, são os próprios fornecedores que decidem quando deve ser feita a reposição dos itens estocados, analisando sua importância conforme a demanda do consumidor.
As gestões de compras e de estoque devem ser trabalhadas de forma integrada, para minimizar as possibilidades de perdas e graves prejuízos. Certamente, a tecnologia pode contribuir decisivamente para melhorar essa integração, reduzindo erros e aprimorando a comunicação e a transmissão das informações.
O gestor precisa conhecer, também, as ideias da Produção Enxuta que valorizam a compra no momento exato. Nem antes, nem depois: as aquisições devem ocorrer a partir de conceitos como estoque mínimo e ponto de pedido.
É importante, ainda, compreender a gestão de compras como um ciclo que integra os processos logísticos, sofrendo influência ao mesmo tempo em que interfere sobre eles também.
E você? Já consegue realizar uma gestão de compras integrada com a gestão de estoque como parte dos processos de logística?
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