O agronegócio é um dos principais setores da economia brasileira. Inclusive, é o primeiro a apresentar um reaquecimento de mercado, desde o início da recessão econômica em meados de 2014.
Conforme o boletim Focus, a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para este ano é positiva: entre 2 a 2,5%. O setor agropecuário é um dos responsáveis por essa boa perspectiva — o crescimento do PIB do segmento deve ser entre 3,4% e 4,1%, segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
A tendência é que o Brasil passe a exportar mais soja para outros países, impactando positivamente o setor já que as exportações são essenciais para o desempenho favorável da balança comercial.
Neste artigo, você confere como acontece a logística de exportação no agronegócio. Boa leitura!
Sem o agronegócio não teríamos fácil acesso aos alimentos que consumimos diariamente como carnes, verduras e legumes. Quando vamos ao açougue ou a um hipermercado comprarmos os itens para aquele churrasco do final de semana, não imaginamos todo o processo operacional que existe para que esses produtos cheguem às nossas casas.
A logística no agronegócio é uma das mais complexas, porque envolve um alto volume e variedade de produtos, além de acontecer em, praticamente, todo o território nacional. Outra particularidade interessante é o caminho desses produtos até o mercado externo — atualmente, o Brasil já conta com o transporte de alimentos por via aérea, rodoviária, ferroviária, marítima e fluvial.
Apesar de termos muitas opções para movimentar cargas, nem todas possuem atuação em tão larga escala quanto a do transporte rodoviário brasileiro que tem uma malha correspondente a 1.563,6 mil quilômetros, de acordo com o Ministério de Infraestrutura. Desse valor, cerca de 95% são rodovias estaduais e municipais, e o restante federal.
Além disso, segundo o Anuário Estatístico de Segurança Rodoviária, desde 2017, temos uma frota com mais de 2 milhões de caminhões circulando pelas estradas brasileiras. Esses dados reforçam como esse meio de transporte é representativo para a nossa economia e para os produtos do agronegócio — esta é sua principal forma de escoamento.
Além do transporte dos produtos direcionados ao consumidor final, temos também o transporte de suprimentos — as matérias-primas que serão processadas pela indústria. Uma enorme cadeia de abastecimento que exige infraestrutura de administração, armazenamento e logística — o processo responsável por transportar tais provisões essenciais para a produção de outros itens cruciais para o dia a dia das pessoas e empresas.
No agronegócio, muitos dos produtos são suprimentos para outros mercados, como é o caso do algodão, o café, a cana-de-açúcar, o milho, o trigo, a soja etc. — destinados aos segmentos da produção têxtil e da indústria de alimentos, onde são processados e transformados em produtos secundários. Nesse processo, os clientes, no caso as indústrias, acionam os produtores com uma determinada demanda e eles, por sua vez, atendem a ela.
A logística de distribuição é a responsável pela entrega desses suprimentos aos seus destinatários. É um dos processos logísticos mais complicados e, no agronegócio, essa movimentação de matérias-primas e insumos possui um alto valor, sendo um dos pontos de maior investimento em estudos e ações para reduzir os custos empregados.
Um dos principais desafios do segmento, uma vez que o cálculo do frete incide diretamente no preço dos nossos produtos, tanto no mercado interno como no processo de exportação. Para minimizar custos e otimizar processos, muitos produtores estão se aliando ao uso de tecnologias para melhorar o desempenho dos seus negócios.
No campo, isso é observado por meio da aquisição de maquinário mais potente aliado à adoção de fertilizantes e pesticidas, além de boas práticas no cuidado com a lavoura e com o gado para potencializar a capacidade produtiva com o intuito de conquistar safras recordes.
No entanto, não adianta investir em aumento produtivo de um lado e não criar estratégias para que o produto chegue mais rápido aos clientes, potencializando uma demanda que corresponda a sua produção. No transporte, os empresários do agronegócio estão investindo em soluções que garantam a competitividade dos seus produtos, como é o caso de contratar parceiros em marketplaces e que possuam o recurso da telemetria.
Na maior parte das regiões brasileiras, exceto na região Norte, onde o transporte ferroviário é predominante, a logística de distribuição é feita, principalmente, por meio das rodovias. Os caminhões são os equipamentos primordiais usados para transportar os produtos do agronegócio.
Mas é preciso garantir alguns cuidados essenciais com o caminhão, e durante o trajeto, para que não ocorra perda dos produtos. Esses cuidados, somados aos custos de manutenção do veículo, combustível e pedágio, encarecem o processo mas minimizam o prejuízo que pode acontecer após o transporte inadequado da matéria-prima. Para evitá-los, é essencial garantir que:
A exportação no agronegócio é complexa devido a jornada que é realizada até que as matérias-primas cheguem aos portos brasileiros. O processo de escoamento dessa carga depende, diretamente, de qual região do país que ela está vindo.
Os produtos podem ter que passar pelo transporte hidroviário, dutoviário, ferroviários, sendo que, a maior parte das matérias-primas, passará também pelo transporte rodoviário em alguma etapa, quando falamos na logística de produtos agrícolas.
Abaixo, você vai conhecer em mais detalhes como funciona o escoamento da carga para exportação no agronegócio, tendo como parâmetro o principal transporte utilizado.
No contexto da exportação no agronegócio, a deficiência ou ineficiência do transporte rodoviário acaba impactando negativamente a nossa capacidade de conquistar novos mercados no exterior, uma vez que os nossos preços acabam não sendo tão competitivos, mesmo que os custos de produção sejam menores se comparados a de outros países.
Basicamente, o produtor aciona uma transportadora ou, até mesmo, caminhoneiros autônomos para realizarem o transporte dos seus produtos até os portos para, então, prosseguir com o processo de exportação. Os marketplaces estão sendo uma ótima fonte para os caminhoneiros e pequenos frotistas que estão buscando cargas para transporte.
O nosso transporte rodoviário não consegue suprir toda a demanda do segmento agropecuário, é o que afirma José Mario Schreiner, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária no Brasil (CNA). No entanto, com a potencialização da capacidade de uso dos caminhões obtida por um marketplace, esse cenário tende a se modificar.
Atualmente, o Brasil tem 34 portos públicos federais e 42 de propriedade privada. Todos estão distribuídos ao longo da nossa costa, sendo que os maiores são os de Vitória, no Espírito Santo; Santos e São Sebastião, em São Paulo; Itaguaí e Angra dos Reis, no Rio de Janeiro; Paranaguá, no Paraná e Aratu, na Bahia.
Esses portos são responsáveis por movimentar cerca de 60% de carga a granel seca produzida no Brasil. Assim, eles são pontos estratégicos para a entrada e saída de mercadorias no país. Além disso, fazem a armazenagem de produtos e recebem navios, inclusive, de outros países para fazer o transporte da carga. Essa, por sua vez, está submetida a impostos que são calculados na alfândega.
Você viu como o processo logístico da agropecuária é extenso e complexo? Parece simples, mas é o resultado de um trabalho feito por muitos profissionais. A exportação no agronegócio é um dos principais aliados da nossa economia e deve ser potencializada por meio de estratégias que garantam produtos mais competitivos.
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