O crescimento econômico nacional se encontra mitigado, muito por conta da defasada infraestrutura logística brasileira. A ineficiência dessa área dificulta os diversos objetivos de uma nação, e a grave crise financeira nas duas últimas décadas fez com que o país ficasse incapaz de gerar poupança para um melhor financiamento de investimentos nesse setor.
A partir de 1984, o acelerado declínio dos investimentos públicos ocasionou uma rápida deterioração dos serviços de estoque de capital em infraestrutura, provocando o aumento dos custos econômicos. Isso fez com que o país perdesse em competitividade interna e externa devido aos problemas na produção de serviços de transportes.
Conheça, no post de hoje, o panorama da infraestrutura logística brasileira atualmente.
O Brasil perde bilhões de dólares todo ano com custos logísticos em função de problemas que vão desde a elevada burocracia até a limitada infraestrutura de estradas, ferrovias, portos e aeroportos.
Muitas empresas estão procurando ofertar seus produtos e serviços de modo rápido, barato e melhor que seus concorrentes. No entanto, para que isso aconteça, exige-se uma boa infraestrutura dos modais de transporte, uma vez que eles determinam o tempo de entrega e até mesmo o valor final dos custos de cada operação.
Dessa forma, algumas iniciativas estão sendo implementadas por meio do Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLT), que visa o melhoramento dos modais, principalmente rodovias e ferrovias.
O governo e empreendedores estão investindo em novas tecnologias para uma maior interação da cadeia de suprimentos, que auxilia na reconquista da competitividade.
Um dos maiores problemas nesse setor está no seu processo de distribuição, ou seja, no trajeto da indústria e dos produtores até o destinatário final. Essa etapa é muito importante e deve ser analisada com bastante cuidado, pois envolve mais do que carregar e descarregar mercadorias e produtos.
O grande desafio da área de logística é saber escolher o melhor meio a ser usado para cada tipo de serviço — aéreo, rodoviário, ferroviário ou marítimo. Cada rota possui determinadas possibilidades. Além disso, existe uma dependência de outros fatores, dentre eles a disponibilidade de infraestrutura.
Não podemos afirmar que exista um modal mais adequado para cada atividade de logística, já que é preciso observar a relação de custo-benefício e o nível de serviço esperado pelo cliente. Cada tipo de transporte possui peculiaridades e características próprias, por isso é preciso identificar aquele que melhor proporcione benefícios ao seu negócio.
O transporte aéreo é o mais rápido e mais caro, utilizado normalmente para transportar produtos perecíveis ou urgentes. Os que possuem o custo mais acessível são o marítimo e o ferroviário. No entanto, o modal rodoviário acaba sendo a opção mais viável no Brasil, visto que possui custo e prazo de entrega que atendam a maioria dos tipos e segmentos do mercado.
Os modais, de modo geral, necessitam que o governo implemente melhorias que se adequem às suas deficiências. O sistema rodoviário, que é o mais usado no Brasil, passa por problemas, principalmente fora do eixo das grandes capitais. A precariedade das estradas não oferece segurança ao transporte. As privatizações dos pedágios oneram esse tipo de transporte, aumentando o custo de fretes.
O sistema ferroviário poderia ser uma boa opção, devido à extensão de nosso território, mas ele ainda enfrenta muitas dificuldades por conta de sua precária estrutura no Brasil.
Os portos também precisam de investimentos para sua expansão e modernização. Esse setor enfrenta vários problemas legais para sua difusão, devido às necessidades ambientais e à custosa mão de obra — são exigidos benefícios totalmente incompatíveis com a realidade do mercado brasileiro.
Dessa forma, a seguir analisaremos os problemas de cada modal de transporte:
Nesse modelo, a falta de infraestrutura logística e o sistema burocrático no transporte fazem com que a liberação das mercadorias tenha um atraso até de uma semana.
A via aérea é comumente utilizada para o transporte de produtos eletrônicos e com alto valor agregado, como celulares, softwares, dentre outros que, devido à desvalorização e a sensibilidade desses produtos, necessitam desse meio que normalmente faz a entrega mais rápida.
No entanto, por causa da burocracia, esse meio, que é o mais rápido, acaba perdendo essa vantagem competitiva que, a princípio, deveria ter.
É o meio principal de transporte de cargas hoje no Brasil e mesmo com os incentivos governamentais em outros meios de transporte, o modal rodoviário é o mais utilizado para o transporte de cargas.
Apesar de o nosso país possuir uma extensa malha rodoviária, ainda estamos muito aquém quando comparados a outros países, uma vez que, pela limitada pavimentação das rodovias, desgastes delas, excesso de peso dos caminhões, acabam elevando os custos logísticos de sua utilização.
Vários fatores contribuem para esses problemas, como a má qualidade dos asfaltos, péssima conservação, excesso de carga dos caminhões e falhas de construção são quesitos que interferem diretamente as condições das rodovias.
Este reflexo da má conservação da malha rodoviária aumenta os custos dos transporte de cargas. Buracos na pista deixam o transporte lento diminuindo também o número de viagens, gerando, consequentemente, prejuízos em cada percurso realizado.
Conforme estudos da Confederação Nacional do Transporte (CNT), 25% dos custos operacionais poderiam ser reduzidos se houvesse uma melhor estrutura das rodovias no país.
Muitos fatores influenciam na ineficácia desse meio de transporte, como problemas físicos, institucionais e financeiros. Toda sua estrutura precisa ser revisava com intuito de expansão e modernização para melhorar a viabilidade desse modal e torná-lo eficiente para o transporte.
Contudo, essas falhas são reflexos do processo de construção das ferrovias no Brasil. Um grande problema é a sua incompatibilidade, visto que há diferentes tamanhos de bitolas impedindo que um trem possa ir para uma região diferente.
Para que ocorra uma melhoria, seria necessário a construção de novas ferrovias, recuperação das existentes e um aumento de recursos financeiros para esse setor, já que o reduzido investimento resultou na não conclusão das principais obras de infraestrutura ferroviária.
A burocracia é o principal gargalo desse setor, e a saturação dos portos promovem a demora do descarregamento dos caminhões, que ficam em filas esperando essa oportunidade, como é o caso do porto de Santos. Por causa da saturação, dificulta-se o acesso portuário pelas rodovias, gerando engarrafamentos próximo às cidades.
A capacidade de armazenagem nos portos brasileiros é deficiente e a demora em fazer o descarregamento ou o carregamento faz com que os navios ultrapassem o tempo limite de atracação, causando um adicional dos custos de sua estadia no porto.
A morosidade dos serviços de análise, autorização e liberação das agências públicas responsáveis também promovem a deficiência desse modal de transporte.
Dessa forma, necessita-se de novos investimentos em infraestrutura logística e mudança do sistema de transporte no Brasil.
Para atender às demandas de transportes, é preciso de uma série de incentivos (públicos e privados). Nessa perspectiva, foi criado em 2006 o já citado PNLT, que visa o desenvolvimento dos modais de transportes ferroviário e aquaviário, com prazo até 2023.
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) também buscou investir em obras voltadas aos transportes. Contudo, ao final do programa, várias delas não haviam sido iniciadas por causa de questões políticas, questões locais e conflitos com a legislação ambiental.
Algumas das metas promovidas pelo PAC, entretanto, estimularam o investimento privado e, gradativamente, melhoram as operações em logística.
O setor da mineração está investindo cerca 5 bilhões de reais por ano no sistema ferroviário. Já o setor de tecnologia e integração promove pesquisas e desenvolvimento de sistemas informatizados que contribuem para diminuir os gastos de transportes e estoques.
Assim, para viabilizar a modernização e o crescimento, é preciso, além dos incentivos à participação da iniciativa privada, comprometimento e planejamento do governo no tocante aos devidos investimentos necessários.
Para o empreendedor, negociações realizadas com as transportadoras poderiam reduzir os custos operacionais do seu negócio, como a terceirização dos transportes, o que pode oferecer vantagens e benefícios.
Portanto, com os devidos incentivos e um plano estrutural logístico podemos dizer que haverá uma melhora significativa no desenvolvimento econômico de forma mais acentuada. Caso contrário, o Brasil possivelmente enfrentará os apagões logísticos, proporcionando mais problemas para os setores envolvidos nesse processo.
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