Depreciação de frota: você sabe como calcular da forma correta?

| 05/05/2020 - 11:05
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Um dos problemas que o gestor de frotas pode encontrar é como calcular corretamente a depreciação dos veículos. Esse cálculo é importante para evitar prejuízos financeiros. A devida manutenção, feita no tempo certo, é fundamental para garantir que a frota não sofra depreciação antecipada.

Existem critérios para o cálculo correto da desvalorização dos caminhões, para saber o seu valor de mercado atual e também como evitar danos que diminuem a vida útil deles. Veja como determinar, com mais precisão, a depreciação de frota!

O que é a depreciação dos veículos?

A depreciação significa a desvalorização de um determinado bem. No caso da depreciação de frota, trata-se da desvalorização dos caminhões. Na prática, desde o momento em que o veículo sai da concessionária já está perdendo valor. O uso contínuo do caminhão contribui para que sua desvalorização aumente.

Quanto mais se usa um veículo, mais ele se degrada, uma vez que há mais fatores para seu desgaste, como a possibilidade de acidente, os danos das peças, o desgaste dos pneus entre outros fatores.

Mas o gestor deve ficar alerta, porque não é preciso trocar toda a frota por causa da depreciação. Novos caminhões deverão ser comprados apenas em situações críticas, ou seja, quando a produtividade tiver caído, existirem riscos à segurança da carga e do motorista, se necessário ampliar a frota e assim por diante.

Como calcular a depreciação de frota?

Há um conta muito simples de fazer para calcular a depreciação de frota, que ajuda o gestor a saber o valor que a frota perderá por mês. O valor obtido pode ser visto como um custo mensal fixo para o cálculo do frete, pois o frete também pode sofrer interferência da depreciação e interferir nela.

A fórmula é a seguinte: depreciação = valor de compra – valor de revenda / tempo de uso.

Veja o exemplo: um veículo valia, em 2012, R$60.000,00. Caso o gestor respeite o prazo médio para depreciação de veículos em geral, que é de 5 anos (60 meses), ele só trocou o veículo em 2017. Nesse ano, o valor de revenda do caminhão foi de R$40.000,00. Em 5 anos, houve uma depreciação de R$20.000,00.

Mas, para considerar a depreciação de frota como um custo fixo, é preciso usar a fórmula: depreciação = R$60.000,00 – R$40.000,00 / 60 = R$333,33 por mês.

Para saber qual é o preço médio de um veículo, o gestor pode recorrer à famosa Tabela FIPE, disponível na internet. Uma depreciação contábil também pode ser realizada, consultando a tabela definida pela Receita Federal que afirma que um carro sofre, ao longo de 5 anos, uma depreciação de 20%.

Na verdade, a frota brasileira tem idade média de 9,6 anos em empresas; e de 17,6 anos em caminhoneiros autônomos. Contudo, deve se considerar o risco de assaltos e acidentes nas rodovias, principalmente para os profissionais que trabalham por conta própria.

Na depreciação contábil, considerar que a frota de caminhões tenha vida útil de cinco anos pode não dar certo. O mais correto é considerar que:

  • Para veículos pesados, a média é de 8 a 10 anos;
  • Para veículos semipesados, a média é de 7 a 9 anos;
  • Para veículos leves, a média é de 5 a 7 anos.

No exemplo citado acima, seria necessário considerar um mínimo de 8 anos (96 meses) para calcular a depreciação contábil do veículo. Se ao final desse prazo, conforme a tabela da Receita Federal, o veículo tivesse depreciado aproximadamente 32%, o cálculo da depreciação de frota mensal seria feito com os seguintes valores: depreciação = R$60.000,00 – R$40.800,00 / 96 = R$200,00 por mês.

Entenda que, se em 5 anos, um veículo deprecia 20%, em 8 anos, a depreciação é de 32%. 32% de R$60.000,00 é R$19.200,00.

O valor que você cobra pelo frete é suficiente para fazer a manutenção dos veículos?

O frete é o resultado do cálculo do custo do transporte. Ele também influi na depreciação. No cálculo contábil da depreciação, um dos principais objetivos é o cálculo do frete que será cobrado do cliente — e também serve para a gestão do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ).

O frete deve ser calculado corretamente, de modo a assegurar a manutenção dos veículos. Caso contrário, o valor e o percentual de depreciação tendem a aumentar. Afinal, sem a devida manutenção, as peças e os componentes dos veículos se desgastam mais rapidamente, inclusive os pneus, aumentando a desvalorização da frota.

Há muitos fatores que devem ser analisados quando se calcula o frete. Despesas variáveis e fixas devem integrar esse cálculo.

Despesas variáveis

O peso e as dimensões

O peso da carga pode ser cubado (m3) ou bruto (kg). O frete calculado pelo peso deve priorizar o maior valor entre os dois fatores.

A distância

Pode-se aplicar uma tabela fixa, conforme o destino das entregas. Mas também é aceitável e mais comum considerar o valor por quilômetro rodado. Sempre em acordo com a tabela de fretes vigente.

A nota fiscal

Quando o valor da nota fiscal é muito alto, seu valor total pode ser levado em conta para calcular o frete. Isso é significativo principalmente quando as mercadorias transportadas têm alto valor agregado.

Os itens variáveis

As despesas variáveis incidem sobre itens como a manutenção dos caminhões, o combustível, os pneus, o licenciamento e a lubrificação. O preço pago aos motoristas também deve ser incluído quando se calcula o valor do frete.

Despesas fixas

GRIS

Uma cobrança relacionada à gestão de riscos. A finalidade é cobrir os gastos associados a ações tomadas no sentido de combater roubos e furtos de cargas.

Ad Valorem

Taxa que garante a carga enquanto ela não está em trânsito. Incide principalmente sobre cargas com valor alto.

Pedágio e diária

Dependendo da rota escolhida para fazer as entregas, pode incidir o pedágio. Esse valor deve compor o frete.

A diária ocorre quando o período de espera para a entrega ultrapassa o prazo esperado. Algumas vezes, para garantir o veículo, o cliente pede que o motorista aguarde a outra coleta ou o retorno dela. Deve-se cobrar uma taxa por essa espera.

TRT

A Taxa de Restrição ao Trânsito (TRT) incide sobre as entregas feitas em áreas em que existe restrições à circulação de veículos. Aplica-se especialmente às cargas transportadas por veículos pesados.

Conclusão

Agora você já sabe: a depreciação de frota deve ser analisada e calculada com muita exatidão, priorizando os fatores mais relevantes. E você, já conhecia esses critérios para fazer o cálculo adequado?

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Redação Cargo X
05/05/2020 - 11:05

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