Como implementar a logística cross docking na minha empresa

| 11/06/2018 - 10:06
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Um processo logístico de alta qualidade é fundamental para o sucesso de uma organização. Como o mercado e a forma de consumir vêm mudando tanto quanto a configuração das cidades, esse é um setor que precisa evoluir junto. Nesse sentido, entra em cena a logística cross docking.

Voltada para tornar mais simples processos que normalmente demandam muitos recursos e esforços, ela pode ser praticada com êxito no seu negócio. Os resultados positivos vão se acumular na forma de várias vantagens.

Entenda a seguir como isso funciona e aprenda a implementar a logística cross docking na sua empresa!

O que é a logística cross docking?

Quando se fala em entrega, é comum ter em mente a ideia de ter produtos armazenados que, após a compra, são separados e enviados para o cliente. No caso da logística cross docking, a configuração é diferente.

Em vez de haver o estoque em si, os produtos são enviados para um centro de distribuição (CD), conferidos e enviados logo em seguida. A empresa que usa essa estratégia não depende de um espaço físico de armazenagem, já que os produtos são enviados, conforme são solicitados, para o de distribuição.

É uma espécie de estratégia on demand, que serve para melhorar diversos resultados do empreendimento, indo de pequenas lojas a grandes e-commerces.

Como ela pode ajudar o negócio?

Se for utilizada da maneira certa, a logística cross docking pode trazer efeitos diferenciados para sua empresa. E isso colabora com o crescimento e desenvolvimento do negócio. Que tal vermos detalhadamente os principais benefícios?

Reduz ou extingue estoques próprios

A principal característica da logística cross docking é a dispensa de um estoque próprio, que acontece diante de uma parceria bem-feita com um fornecedor de confiança e que será capaz de atender ao fluxo de demandas do comércio em questão.

Dessa forma, a empresa passa a não precisar armazenar mais nenhum produto em suas dependências, já que eles vêm direto desse fornecedor. Assim, além da redução de trabalho no gerenciamento de galpões, o que demanda muito esforço, há também a redução de custos e a extinção de riscos relacionados a perda de produtos por conta de fatores como incêndios, roubos e qualquer imprevisto.

Evita o gerenciamento inadequado

Um dos principais efeitos diz respeito ao desabastecimento, que deixa de existir. Em geral, ele acontece pelo gerenciamento inadequado de produtos em estoque. Com tal elemento extinto, a abordagem passa a ser on demand e mais disponível. Por conta disso, é fundamental também contar com um parceiro de confiança.

Com a logística cross docking sendo praticada, apenas o envio desses produtos aos compradores é feito pela empresa, o que demanda menos esforços, reduzindo o número de etapas logísticas. Assim, as chances de erros de gestão são reduzidas significativamente.

Oferece agilidade no processo de venda

Outro ponto é que tudo ganha agilidade, já que o processo de separação e envio leva menos tempo, garantindo maior atenção ao planejamento inicial. Com isso, o cliente recebe o produto em menos tempo, o que o deixa mais satisfeito.

Sem precisar fazer a separação de estoque, a logística da empresa apenas foca em preparar etiquetas e endereçamento no tempo de 1 a 3 dias em que os produtos saem do parceiro que os têm em estoque e chegam no centro de distribuição. Assim que os pedidos chegam, são etiquetados e enviados aos compradores.

Reduz custos operacionais

E já que tempo é dinheiro, também há uma redução nos custos. Além de diminuir os gastos com armazenamento de produtos e controle de estoque, a percepção positiva também joga a favor do negócio. Novos clientes são atraídos mais facilmente, diminuindo as despesas.

Um galpão requer manutenção, limpeza, organização e até mesmo maquinários e funcionários indispensáveis para fazer uma estrutura de grande porte funcionar adequadamente. Fica fácil de entender o quanto isso custaria à empresa, não é mesmo?

A distribuição, única obrigação que resta, demanda muito menos investimentos, deixando as atividades da empresa com menor custo, refletindo naturalmente em melhores margens de lucro

Diminui a necessidade de capital de giro

O capital de giro é fundamental para que qualquer empresa, independentemente do segmento, consiga exercer as suas atividades de forma adequada. Quando se adota a logística cross docking esse capital ainda é necessário, porém, em valores muito menores do que em um regime comum.

Nessa atividade, os produtos são adquiridos junto aos fornecedores apenas quando o cliente confirma a compra, ou seja, parte desses recebíveis podem ser direcionados para essa aquisição. Isso reduz a necessidade de ter quantias elevadas em caixa para fazer essa movimentação imprescindível.

Apenas outras atividades básicas da empresa vão necessitar de dinheiro, o que demanda um capital de giro reduzido. Com isso, parte significativa do valor pode ser reinvestida em melhorias ou recolhida como lucro.

Facilita a gestão de supply chain

O gestor da cadeia de suprimentos costuma ter uma série de obrigações importantes no processo logístico da empresa que, com o cross docking, será reduzido e otimizado consideravelmente.

Dessa maneira, quem cuida desses processos tem uma redução de demandas, o que permite a dedicação a outras etapas igualmente importantes de sua atuação.

O foco pode ser voltado à melhoria dos processos existentes na empresa, dando maior atenção até mesmo à distribuição. Essa mudança de direcionamento pode trazer maior agilidade, aumentando a produtividade e reduzindo erros, o que contribui para a estabilização e o crescimento da empresa no mercado.

Mantém a satisfação do cliente

A logística cross docking muda radicalmente o cotidiano e o modo de operação da empresa e, naturalmente, isso gera uma preocupação com a percepção do cliente em relação à empresa.

Entretanto, os serviços oferecidos não sofrem nenhum tipo de interferência, pelo contrário, ainda são maiores as chances de trabalhar com estoques vastos e que atendam ao público que compra com a empresa.

O cross docking garante a manutenção de um tempo estimado de entrega baixo, dentro dos padrões de qualidade relacionados à logística, tendo em vista que o fornecedor faz a entrega em pouco tempo.

O tempo de recebimento no centro de distribuição e despacho para entrega também são pequenos, não influenciando negativamente na experiência de compra.

Quando executado com eficiência, planejamento e em conjunto com parceiros de confiança, o cross docking é capaz de manter e até mesmo aumentar a satisfação dos clientes com os serviços prestados pela empresa.

Quais são os tipos de logística cross docking?

O cross docking é um modelo que pode ser usado de diferentes formas, de acordo com o que as empresas pretendem. Diante disso, há atualmente três tipos dessa logística: movimentação contínua, movimentação consolidada/híbrida e movimento de distribuição.

Conhecer cada um deles é de extrema importância para entender qual modelo pode oferecer mais benefícios e se adequar às atividades do seu negócio. Confira mais sobre cada um deles a seguir.

Movimentação contínua

Tradicional e sem nenhum tipo de mudança, a movimentação contínua é a logística de cross docking em sua essência: produtos são adquiridos de um fornecedor, recebidos no centro de distribuição e enviados ao consumidor final. Esse modelo atualmente é amplamente utilizado por e-commerces que trabalham no modelo de marketplace.

Movimentação consolidada/híbrida

Esse modelo é aquele em que a empresa admite a possibilidade de formar pequenos estoques para pedidos futuros. Funciona da seguinte forma: ao receber os pedidos em seu CD, parte é enviada ao comprador e outra parte segue retida para quando forem solicitadas em novas compras.

Movimento de distribuição

O movimento de distribuição utiliza o cross docking para um modelo de negócio diferenciado, quando as empresas atuam como distribuidoras. Nesse processo os produtos são recebidos e no CD são formadas cargas grandes e completas, que sairão em volumes maiores, para então serem distribuídos.

Como aplicá-la?

Para que tudo isso seja possível, é necessário fazer a implementação adequada desse tipo de logística. A logística cross docking se mostra muito interessante e, como você viu, atende a diferentes modelos de negócios para empresas.

Entretanto, a eficiência desse método só vai aparecer com o cumprimento de algumas etapas que devem ser seguidas de maneira estruturada. A qualidade dos serviços da empresa e até mesmo a credibilidade no mercado do segmento vão depender de muitos desses fatores imprescindíveis. A seguir, confira quais são as etapas fundamentais para implementar o cross docking no seu negócio.

Escolha bem os fornecedores

O cross docking depende intensamente dos fornecedores. É preciso ter uma empresa capaz de entregar os produtos sob demanda no centro de distribuição, além de contar com uma transportadora que faça as entregas em tempo hábil.

Sendo assim, é fundamental fazer uma seleção adequada. Comece fazendo uma seleção de propostas, coletando as informações mais relevantes sobre cada empresa.

A partir daí, faça um comparativo e confira a flexibilidade de cada opção apresentada, de modo a encontrar as opções que são mais indicadas.

Tenha um centro de distribuição

A próxima etapa consiste em ter um centro de distribuição. Ele deve ter um tamanho compatível com o fluxo de pedidos e deve estar em um local estratégico.

Dessa maneira, ele não precisa estar na área principal da empresa, se isso significar uma distância muito maior dos principais clientes e fornecedores.

Faça um levantamento com os dados dos clientes mais importantes e dos fornecedores mais relevantes. Cruze essas informações e encontre os pontos de interseção de interesse. Esse ponto tende a ser o melhor local para um centro de distribuição, garantindo conveniência de saída.

Crie workflows

A próxima etapa exige a criação de workflows ou fluxos de trabalho. É nesse momento que são determinadas as etapas que serão seguidas, como o pedido ao fornecedor, a conferência e envio.

É fundamental que tudo seja detalhado para que não haja dúvidas e que seja o mais simples possível.

Como é uma alteração de panorama muito grande, pode ser necessário fazer algumas adaptações em relação aos processos internos, de modo a obter o resultado esperado.

Se a empresa tem um setor dedicado ao estoque, por exemplo, é necessário rearranjar esses profissionais para que executem as novas tarefas.

Treine bem a sua equipe

Não adianta apenas ter bons fluxos de trabalho se a execução deixar a desejar. Por isso, toda a equipe deve ser devidamente treinada para lidar com as novas tarefas.

Sai o controle de estoque e entram a realização de pedidos para o fornecedor, a conferência de itens e assim por diante. Todos também devem estar cientes do novo workflow, de modo a aliar eficiência, confiabilidade e garantia de bons resultados.

Invista na capacitação para essa nova forma de trabalho, de modo a evitar retrabalhos e a logística reversa de maneira negativa. Se for necessário, realize um período de experiência e adaptação, mesclando a existência do estoque à logística cross docking que atuará como substituta progressiva.

Mantenha um bom fluxo de chegadas e saídas

Ter veículos que apresentam dificuldade em entrar ou sair do centro de distribuição significa ter um aumento na possibilidade de atraso e menos eficiência em geral. Por isso, o ideal é manter um fluxo adequado nesse sentido.

Busque, por exemplo, ter uma boa sinalização para entrada e saída, além de escolher um local acessível. Se possível, procure agendar as entregas, de modo a melhorar a preparação da equipe e do ambiente.

Por falar nisso, é fundamental manter a organização, já que isso acelera o processo de conferência e liberação dos veículos, além de diminuir o tempo para a entrega em si.

Aplique a tecnologia

Ainda que a logística cross docking gere a simplificação do ponto de vista do estoque, esse método exige uma grande sincronia de etapas. Para tanto, o uso da tecnologia faz a diferença.

Aproveitar um ERP, por exemplo, garante integração de dados e setores, favorecendo os pedidos. Já um software de inteligência de vendas contribui para a predição de compras, garantindo a antecipação de pedidos.

Uma transportadora que empregue a inteligência de dados conseguirá realizar as entregas dentro dos parâmetros esperados. Esse deve ser, portanto, um elemento considerado na hora de fazer a seleção. Tarefas automatizadas tendem a oferecer mais controle, então vale a pena diminuir a atuação humana nos pontos críticos, como na validação de pedido, por exemplo.

Monitore os resultados

Após a implementação, é indispensável ficar de olho nos efeitos. Isso garante mais controle e permite a otimização da atuação. Assim, a empresa não corre o risco de ver uma queda nos resultados devido ao emprego dessa abordagem, por exemplo.

Determine indicadores de performance e faça a medição de maneira consistente para otimizar a atuação conforme o necessário. Gere relatórios gerenciais e compare o desempenho, dentro de certos benchmarks, em relação à existência do estoque e em relação a outras empresas.

O principal objetivo é encontrar gargalos e pontos de fuga de desempenho, de modo que seja possível garantir mais velocidade e assertividade de atuação.

A logística cross docking proporcionou uma mudança interessante no modelo de distribuição e entrega de muitas empresas, especialmente no segmento de e-commerce. Com cada vez mais grandes nomes do mercado adotando essa prática, fica claro o entendimento de como ela é eficiente, não é mesmo?

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Redação Cargo X
11/06/2018 - 10:06

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